Putin visita o Egito para tentar aumentar influência da Rússia

Cairo, 9 Fev 2015 (AFP) - O presidente russo, Vladimir Putin, iniciou nesta segunda-feira uma visita de dois dias ao Cairo para tentar reforçar a influência da Rússia no Egito, país que passa por um momento delicado com seu grande aliado, os Estados Unidos, pela sangrenta repressão da oposição local.

Os especialistas acreditam que o mais populoso dos países árabes, aliado tradicional de Washington, é um dos Estados em que a Rússia - isolada e criticada pela crise na Ucrânia - tenta avançar nos planos diplomático e econômico.

Esta visita de Estado é a primeira de Putin em dez anos. Em 2005, ele se reuniu no Cairo com o "rais" Hosni Mubarak, forçado a abandonar o poder no início de 2011 ao fim de uma revolta popular motivada pela Primavera Árabe.

Em sua chegada ao aeroporto do Cairo, no início da noite, Putin foi recebido por seu colega egípcio Abdel Fattah al-Sissi, segundo autoridades egípcias.

Após uma reunião de pouco mais de meia hora, os dois chefes de Estado foram à Ópera do Cairo, antes de jantar juntos, de acordo com um comunicado da presidência.

O Kremlin indicou no domingo que "os dois líderes vão se concentrar em reforçar os laços comerciais e econômicos entre os dois países", evocando a assinatura de acordos de investimentos.

Também será discutido um aumento da cooperação, principalmente "na luta contra o terrorismo internacional".

Para Anna Borshchevskaya, especialista da Rússia no Washington Institute For Near East Policy, "Putin continua a tirar proveito das ambiguidades e contradições das políticas ocidentais referentes ao Oriente Médio". "Enquanto Washington critica o recuo do Egito no plano democrático (...) isso deixa a porta aberta para Putin (...) para reforçar sua influência em detrimento dos americanos", acredita.

Moscou foi a primeira capital não-árabe a apoiar o novo poder, após oex-chefe do exército e atual presidente Sissi destituir o islamita Mohammed Mursi, em julho de 2013.

Nos meses que se seguiram à destituição de Mursi, primeiro presidente democraticamente eleito no Egito, policiais e soldados mataram 1.400 manifestantes islamitas, além de prender mais de 15.000 partidários do ex-presidente.

Em 2013, as capitais ocidentais denunciaram a brutalidade da repressão, com Washington congelando sua ajuda militar ao país, que foi restaurada em 2014.

bur-gir-tgg/cco/mr/mvv



Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos