UE quer abolir nota de 500 euros

Bruxelas, 12 Fev 2016 (AFP) - Os países da União Europeia (UE) querem tirar de circulação a nota de 500 euros, utilizada em operações "desonestas", para financiar o terrorismo e lavar dinheiro, em vez de fazer compras.

"Ela é usada mais para dissimular do que para comprar", declarou o ministro das Finanças francês, Michel Sapin, que participou em Bruxelas de uma reunião com os 28 ministros da UE.

A nota "é usada para facilitar transações que não são honestas", insistiu.

Esta opinião foi partilhada pelo ministro espanhol das Finanças, Luis de Guindos, para quem "seria muito importante analisar a possibilidade de retirar a nota de 500 euros".

"Em nossa opinião, é um instrumento que é usado para lavagem de dinheiro" e sua retirada de circulação seria "fundamental (...) para a luta contra o financiamento do terrorismo", afirmou.

Os 28 ministros das Finanças elogiaram o "plano de ação" da Comissão Europeia contra o financiamento do terrorismo apresentado em 2 de fevereiro e pediram uma decisão sobre esta denominação.

Os ministros defenderam nesta sexta-feira "restrições adequadas sobre os pagamentos em dinheiro que excedam determinados limites" e uma análise com o Banco Central Europeu (BCE) sobre as medidas relativas às notas de elevado valor, particularmente as de 500 euros, tendo em conta a análise da Europol.

A nota de 500 euros representa 3% do dinheiro em circulação e 28% do seu valor, de acordo com estatísticas do BCE.

O diretor do Gabinete Europeu de Luta Antifraude (OLAF), o italiano Giovanni Kessler, que no passado investigou a máfia italiana, defendeu recentemente o fim da sua circulação.

Quando o euro começou a circular em 2002, a Alemanha, apegada à nota de 1.000 marcos, pressionou para manter uma de 500 euros, o equivalente ao seu papel moeda de maior valor. Outros países, como a França, eram contra.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos