Argentina pagará 'fundos abutres' em 14/04 seja como for, diz ministro

Buenos Aires, 11 Mar 2016 (AFP) - O ministro de Fazenda argentino, Alfonso Prat-Gay, disse que está confiante em pagar, no dia 14 de abril, 4,653 bilhões de dólares aos fundos especulativos nos Estados Unidos, apesar das críticas da oposição no Congresso.

O ministro se pronunciou um dia depois de ter sido alcançado um início de entendimento com governadores das províncias para que apoiem com seus parlamentares no Congresso a lei que habilitaria o pagamento. O governo está em minoria na Casa, mas tenta conquistar a parte mais amigável da oposição.

"Nós continuamos pensando que vamos cumprir (o pagamento) nessa data de 14 de abril", disse o ministro em uma entrevista ao jornal Clarín, publicada nessa sexta-feira.

Prat-Gay reconheceu que embora tenha assinado um pré-acordo no início do mês em Nova York com os fundos mais intransigentes (NML Capital e Aurelius), entre outros credores, a Argentina enfrentará novos processos com outro grupo de credores.

No debate no Congresso, a oposição advertiu sobre o risco de litígios de 4% dos credores da dívida em moratória que ainda rejeitam a proposta argentina.

Prat-Gay disse que, segundo sua análise, esses funfos estão pedindo que os bônus que prescreveram sejam pagos e admitiu que se trata de "um núcleo duro onde se abrirá um processo de litígios".

"De todo modo, para aqueles que tenham títulos válidos e que ainda não tenham decido aceitar a oferta, a proposta seguirá de pé", afirmou.

Na quarta-feira, o governo argentino concluiu novos pré-acordos para pagar a dívida em moratória por mais de 190 milhões de dólares, informou o mediador em Nova York, Daniel Pollack.

Todos esses pré-acordos se inserem na oferta apresentada no dia 5 de fevereiro nesse ano pela nova administração de Macri para pagar 6,5 bilhões de dólares, sobre um total de 9 bilhões, a fundos especulativos e outros credores para pôr fim ao processo bilionário por 7% da dívida em moratória desde 2001.

Para fechar esses acordos o juiz americano Thomas Griesa impôs como condição que a Argentina aprove uma nova que derrogue a "Ley Cerrojo", que estabelece que uma vantagem oferecida a um credor precise, necessariamente, ser estendida aos demais.

Com a derrogação, Griesa suspenderá o bloqueio de um pagamento da dívida por 539 milhões de dólares que ordenou como castigo à Argentina por descumprir sua sentença em favor dos fundos litigantes.

A oposição kirchnerista (peronismo de centro-esquerda) e um grupo de deputados de esquerda tentarão impedir que o governo forme quórum. Caso não consigam, tentarão bloquear depois o trâmite no Senado, onde são maioria.

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