Chefe da ONU abalado com acusações de abuso sexual contra militares
Nova York, 31 Mar 2016 (AFP) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, está abalado com as acusações de abuso sexual contra capacetes azuis e soldados franceses na República Centro-africana - assinalou seu porta-voz.
"Devemos enfrentar o fato de que alguns soldados enviados para proteger as pessoas atuaram, em compensação, com propósitos obscuros", afirmou Stephane Dujarric.
A França manifestou sua disposição de "esclarecer completamente" as acusações.
"Estas denúncias de abuso e exploração sexual são repugnantes e horríveis", afirmou o embaixador francês na ONU, François Delattre, em um comunicado.
"As autoridades francesas estão decididas a esclarecer completamente essas graves acusações, em cooperação com a ONU e com a República Centro-Africana", completou.
"É claro que, se os fatos forem provados, serão impostas medidas disciplinares exemplares, além da resposta penal".
Na quarta-feira, as autoridades francesas foram informadas de que a ONU recebeu denúncias sobre soldados franceses da força Sangaris que teriam forçado meninas a realizar atos sexuais com animais em troca de dinheiro.
A Justiça francesa já abriu uma investigação por outros casos de violência nesse país.
"Recebemos denúncias de casos de atos bestiais que envolvem soldados franceses, mas, neste momento, não temos uma confirmação", disse à AFP um funcionário da ONU.
"O número exato de casos e a natureza dessas acusações, que são extremamente perturbadoras, ainda precisam ser determinados", acrescentou a ONU.
Os casos denunciados sobre violências sexuais teriam ocorrido entre 2013 e 2015 na prefeitura de Kemo, nordeste de Bangui. Uma equipe da ONU foi enviada ao local para entrevistar as 108 vítimas, menores em sua maioria, e reunir informações para a investigação.
Segundo a ONG AIDS-Free World, três meninas denunciaram em 2014 que um militar da missão francesas tirou a roupa delas, obrigou-as a fazer sexo com um cachorro e, depois, deu-lhes dinheiro.
Esses fatos ainda "não puderam ser confirmados", frisou Dujarric.
- Um problema endêmico -Além da França, centenas de denúncias dizem respeito a tropas do Burundi e do Gabão que integram a Missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) presentes na região de Kemo entre 2013 e 2015.
A França enviou sua força Sangaris para intervir na África Central em dezembro de 2013 para deter as matanças entre comunidades. Esses soldados não são parte das forças de paz, mas o Conselho de Segurança encomendou a essas tropas que ajudassem a restaurar a paz.
Depois de mobilizar até 2.500 soldados no auge da violência, a França conta com cerca de 900 homens nessa República. A Minusca tem cerca de 12.600 militares e policiais.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse ter abordado as últimas acusações "algumas das quais são particularmente odiosas, muito sérias".
Em relação aos abusos atribuídos aos soldados franceses, o embaixador Delattre afirmou que "está claro que se os fatos forem provados, serão impostas medidas disciplinares exemplares, junto com a resposta penal".
"Devemos enfrentar o fato de que alguns soldados enviados para proteger as pessoas atuaram, em compensação, com propósitos obscuros", afirmou Stephane Dujarric.
A França manifestou sua disposição de "esclarecer completamente" as acusações.
"Estas denúncias de abuso e exploração sexual são repugnantes e horríveis", afirmou o embaixador francês na ONU, François Delattre, em um comunicado.
"As autoridades francesas estão decididas a esclarecer completamente essas graves acusações, em cooperação com a ONU e com a República Centro-Africana", completou.
"É claro que, se os fatos forem provados, serão impostas medidas disciplinares exemplares, além da resposta penal".
Na quarta-feira, as autoridades francesas foram informadas de que a ONU recebeu denúncias sobre soldados franceses da força Sangaris que teriam forçado meninas a realizar atos sexuais com animais em troca de dinheiro.
A Justiça francesa já abriu uma investigação por outros casos de violência nesse país.
"Recebemos denúncias de casos de atos bestiais que envolvem soldados franceses, mas, neste momento, não temos uma confirmação", disse à AFP um funcionário da ONU.
"O número exato de casos e a natureza dessas acusações, que são extremamente perturbadoras, ainda precisam ser determinados", acrescentou a ONU.
Os casos denunciados sobre violências sexuais teriam ocorrido entre 2013 e 2015 na prefeitura de Kemo, nordeste de Bangui. Uma equipe da ONU foi enviada ao local para entrevistar as 108 vítimas, menores em sua maioria, e reunir informações para a investigação.
Segundo a ONG AIDS-Free World, três meninas denunciaram em 2014 que um militar da missão francesas tirou a roupa delas, obrigou-as a fazer sexo com um cachorro e, depois, deu-lhes dinheiro.
Esses fatos ainda "não puderam ser confirmados", frisou Dujarric.
- Um problema endêmico -Além da França, centenas de denúncias dizem respeito a tropas do Burundi e do Gabão que integram a Missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) presentes na região de Kemo entre 2013 e 2015.
A França enviou sua força Sangaris para intervir na África Central em dezembro de 2013 para deter as matanças entre comunidades. Esses soldados não são parte das forças de paz, mas o Conselho de Segurança encomendou a essas tropas que ajudassem a restaurar a paz.
Depois de mobilizar até 2.500 soldados no auge da violência, a França conta com cerca de 900 homens nessa República. A Minusca tem cerca de 12.600 militares e policiais.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse ter abordado as últimas acusações "algumas das quais são particularmente odiosas, muito sérias".
Em relação aos abusos atribuídos aos soldados franceses, o embaixador Delattre afirmou que "está claro que se os fatos forem provados, serão impostas medidas disciplinares exemplares, junto com a resposta penal".