Rússia desmente que interceptação de avião militar americano foi 'perigosa'

Washington, 17 Abr 2016 (AFP) - A Rússia negou neste domingo a denúncia americana de que a interceptação de um avião de reconhecimento da força aérea dos Estados Unidos por parte de um de seus caças tenha sido de caráter perigoso e enfatizou que foi conforme às normas internacionais.

O ministério da Defesa da Rússia negou em um comunicado as ações de caráter perigoso de seu avião de combate SU-27, explicando que o objetivo da decolagem foi a identificação de uma aeronave desconhecida que se dirigia a grande velocidade para a fronteira da Rússia.

O incidente aconteceu na quinta-feira, quando avião de reconhecimento da força aérea dos Estados Unidos foi interceptado por um avião SU-27 russo de "maneira perigosa e não profissional", enquanto realizava um voo de rotina no espaço internacional no mar Báltico, segundo anunciou o Pentágono ne sábado.

Segundo a fonte, o avião RC-135 americano cruzava o território russo no momento dos fatos.

A Rússia já havia negado que a ação tenha sido imprudente ou provocativa.

"Essa interceptação insegura e pouco profissional tem o potencial de causar sérios danos e lesões a todas as tripulações envolvidas", disse Laura Seal, porta-voz do Pentágono.

"Mais importante, as ações inseguras e pouco profissionais de um único piloto têm o potencial de aumentar desnecessariamente tensões entre os times em de campo".

Este incidente acontece dias depois que aviões militares russos realizaram uma série de "voos agressivos" sobre um destróier dos Estados Unidos em águas internacionais no Mar Báltico

Um funcionário da Defesa americana, que não quis ser identificado, informou que houve vários episódios dessa natureza nos últimos dias, incluindo um em que um jato Su-24 russo chegou a voar a menos de dez metros sobre o "USS Donald Cook".

"É a coisa mais agressiva que vimos há um bom tempo", comentou.

"Este incidente está em contradição com as normas profissionais que se aplicam a militares que operam perto de outros em águas internacionais e no espaço aéreo internacional", reagiu o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, lamentando "os reiterados incidentes" registrados no ano passado.

As manobras começaram na segunda-feira passada, quando o destróier se encontrava a 70 milhas náuticas de Kaliningrado, em águas internacionais.

Dois caças russos Su-24 voaram pelo menos 20 vezes perto do "USS Donald Cook", a uma distância de menos de mil metros e a uma altitude de 30 metros.

Depois, na terça, um helicóptero antissubmarino russo Ka-27 Helix voou sete vezes ao redor do destróier, tirando fotos à medida que passava.

Pouco depois, um Su-24 voou diretamente sobre a embarcação, "tão baixo que deixou um rastro na água", afirmou a fonte.

O avião estava com as "asas limpas", o que significa que não estava visivelmente armado.

Marinheiros americanos tentaram várias vezes contatar a nave russa nas frequências internacionais, mas não obtiveram resposta.

Esse incidentes acontecem em um momento de tensão entre Moscou e Washington sobre a participação da Rússia nos conflitos do leste da Ucrânia e na Síria.

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