Vaticano homenageia 'mártires' etíopes cristãos mortos na Líbia
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Reprodução/AP
Vídeo divulgado por militantes do Estado Islâmico mostra execução de reféns em praia da Líbia
O Vaticano pediu nesta segunda-feira (20) à comunidade internacional para "deter o avanço da crueldade e a perseguição dos cristãos", após a execução por jihadistas na Líbia de pelo menos 28 homens, apresentados como etíopes, aos quais qualificou como "mártires" da fé.
"Presto homenagem a estes mártires e expresso minha admiração por estes filhos da Etiópia que manifestaram sua adesão a Cristo até dar seu sangue por ele", disse o cardeal Leonardo Sandri, presidente da Congregação Vaticana para as Igrejas orientais, à Rádio Vaticano.
Em fevereiro, o papa Francisco já tinha saudado "o testemunho de fé" de 21 coptas egípcios decapitados na Líbia por jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
"O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho de fé e pouco importa que sejam católicos, ortodoxos, luteranos, coptas: isto não interessa aos seus perseguidores, que só veem que são cristãos porque seu sangue é o mesmo", disse.
Reagindo ao massacre dos cristãos etíopes, Don Mussie Zerai, sacerdote eritreu que dirige uma associação de ajuda a imigrantes africanos na Itália, declarou à AFP ser "possível que traficantes os tenham vendido a jihadistas o EI" e isto "sem saber a quem vendiam estes homens".
A compra e venda de imigrantes é, segundo ele, uma prática comum entre grupos armados, especialmente na região de Misrata, onde há contatos entre milícias e o EI.
No domingo, o grupo radical divulgou um vídeo em que ameaça cristãos, mostrando a execução de pelo menos 28 homens apresentados como etíopes por jihadistas na Líbia.
A difusão deste vídeo em sites da internet jihadistas ocorre dois meses depois da difusão de imagens das execuções de 21 cristãos coptas.