EUA: chefe da DEA renuncia após escândalo envolvendo agentes
Washington, 22 Abr 2015 (AFP) - A diretora da agência americana de combate às drogas - DEA - renunciou nesta terça-feira diante do escândalo envolvendo agentes do órgão em festas com prostitutas na Colômbia, informou o secretário de Justiça, Eric Holder.
Michele Leonhart, máxima autoridade da DEA desde 2007, "me informou hoje de sua decisão de renunciar e abandonar a agência em meados de maio", disse o secretário Holder, que elogiou o trabalho da funcionária e agradeceu por seus anos de serviço.
Um relatório do departamento de Justiça revelou no final de março que agentes da DEA encarregados da luta contra o narcotráfico participaram de "festas de sexo" com prostitutas no estrangeiro, particularmente na Colômbia.
As festas teriam sido patrocinadas por cartéis da droga, segundo testemunhos de policiais locais.
Durante uma audiência na semana passada na comissão de Vigilância da Câmara de Representantes, os legisladores revelaram novos detalhes do relatório da DEA, que informa sobre dezenas de festas com agentes do órgão, incluindo em instalações do governo americano e pagas com dinheiro público.
Segundo a investigação, ao menos três supervisores da DEA receberam dinheiro, presentes e armas dos cartéis da droga, além dos favores das prostitutas.
O caso gerou ainda mais polêmica porque os supervisores foram punidos apenas com suspensões, de entre dois e dez dias.
O relatório mostra uma agência "fora de controle", disse o congressista Elijah Cummings durante a sessão da Comissão de Vigilância, na qual Leonhart foi ouvida.
A Comissão concluiu que Leonhart foi "incapaz de mudar" a cultura geral de conchavos que persiste em uma agência majoritariamente masculina, e "não teve a autoridade ou a vontade para tomar as duras decisões necessárias para castigar" os agentes envolvidos.
A investigação sobre a DEA surgiu após o escândalo envolvendo agentes do Serviço Secreto americano que levaram prostitutas ao hotel onde estavam em Cartagena, Colômbia.
O caso envolveu mais de vinte agentes e pessoal militar enviados a Cartagena para preparar a visita do presidente Barack Obama durante a Cúpula das Américas, em abril de 2012.
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