Rebeldes do Iêmen exigem fim de bombardeios e negociação patrocinada pela ONU
Taez, Iêmen, 22 Abr 2015 (AFP) - Aviões da coalizão liderada pela Arábia Saudita lançaram novos bombardeios nesta quarta-feira contra rebeldes xiitas no Iêmen, apesar do anúncio, feito na véspera, do fim da campanha aérea de apoio às forças leais ao presidente iemenita.
Na noite de terça-feira, a Arábia Saudita tinha declarado o fim da campanha aérea da coalização que o reino lidera, reservando-se o direito de voltar a atacar caso ocorressem movimentações suspeitas de parte dos rebeldes.
Os bombardeios desta quarta-feira tinham como objetivo ajudar uma brigada blindada, fiel ao chefe de Estado no exílio, Abd Rabo Mansur Hadi, depois que seu acampamento em Taez (sudoeste) fosse tomado pelos insurgentes.
Outros bombardeios tiveram como alvos uma formação e duas posições rebeldes, também perto de Taez, e uma formação de huthis em Wahat (sul), indicaram fontes militares.
Em uma primeira reação ao anúncio de Riad, os rebeldes xiitas exigiram nesta quarta-feira o fim total dos bombardeios aéreos da coalizão, a suspensão do bloqueio e uma negociação patrocinada pela ONU.
"Depois de um fim completo da agressão contra o Iêmen e o levantamento do bloqueio aéreo e marítimo, exigimos que se retome o diálogo político, no ponto em que foi interrompido, sob patrocínio das Nações Unidas", declarou Mohamed Abdelsalam, porta-voz dos rebeldes huthis, em um comunicado.
Neste sentido, o embaixador saudita nos Estados Unidos, Adel al Jubeir, advertiu que seu país responderá caso haja uma "ação agressiva" de parte dos rebeldes huthis.
Diálogo à vista?
Ele também elogiou "os esforços positivos" da ONU e seu "apoio declarado ao diálogo nacional."
Em um gesto de boa vontade, os rebeldes libertaram três personalidades capturadas em 25 de março no sul do país, entre elas o ministro da Defesa, Mahmoud el-Subeihi, e o general Nasser Mansour Hadi, um irmão do presidente que fugiu para a Arábia Saudita.
No plano internacional, o anúncio do encerramento dos ataques aéreos foi saudado por Teerã, assim como Washington, enquanto o presidente Barack Obama pediu ao Irã que contribua para um acordo político entre as diferentes facções no Iêmen.
O ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, aliado dos huthis, também saudou a decisão de Riad e disse esperar que "todos cooperem para voltar ao diálogo e encontrar soluções".
Em um discurso transmitido pela televisão a partir de Riad, o presidente Hadi prometeu "vitória". "Em breve, voltarei à nossa pátria, à Áden e à Sanaa", assegurou.
Fazendo um balanço das últimas semanas, o ministério da Defesa saudita considerou que os ataques aéreos tinham conseguido "eliminar com sucesso as ameaças à segurança da Arábia Saudita e dos países vizinhos."
Mas apesar do sucesso reivindicado por Riad, a capital de Sanaa e outros setores continuam nas mãos dos rebeldes e violentos confrontos continuam a agitar o sul do país.
Situação humanitária 'catastrófica'
Quanto à situação humanitária, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) considerou como "absolutamente catastrófica".
"A resiliência dos iemenitas chegou a um ponto de ruptura", declarou Robert Mardini, que comanda as operações do CICV no Oriente Médio. "Pelo menos 50 pessoas são mortas e cerca de 500 feridas todos os dias, e o número de vítimas civis está aumentando dramaticamente", acrescentou.
Um dia antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou contra um iminente colapso dos sistemas de saúde e relatou 944 mortos e 3.487 feridos - entre civis e militares - entre 19 de março e 17 de abril .
Ao anunciar o fim dos ataques aéreos, a coalizão anunciou o início de uma nova fase, chamada de "Restaurar a esperança", em vista de uma retomada do processo político no Iêmen, da prestação de assistência humanitária e da "luta contra o terrorismo", em um país onde a Al-Qaeda ainda é muito ativa.
Sete supostos membros da Al-Qaeda também foram mortos durante a noite em um ataque com drone americano contra seu carro Mukalla, capital da província de Hadramut (sudeste), controlada desde o início de abril pela rede extremista, de acordo com testemunhas.
jj-it/faw/mh/ras/cbo/mr/mvv
Na noite de terça-feira, a Arábia Saudita tinha declarado o fim da campanha aérea da coalização que o reino lidera, reservando-se o direito de voltar a atacar caso ocorressem movimentações suspeitas de parte dos rebeldes.
Os bombardeios desta quarta-feira tinham como objetivo ajudar uma brigada blindada, fiel ao chefe de Estado no exílio, Abd Rabo Mansur Hadi, depois que seu acampamento em Taez (sudoeste) fosse tomado pelos insurgentes.
Outros bombardeios tiveram como alvos uma formação e duas posições rebeldes, também perto de Taez, e uma formação de huthis em Wahat (sul), indicaram fontes militares.
Em uma primeira reação ao anúncio de Riad, os rebeldes xiitas exigiram nesta quarta-feira o fim total dos bombardeios aéreos da coalizão, a suspensão do bloqueio e uma negociação patrocinada pela ONU.
"Depois de um fim completo da agressão contra o Iêmen e o levantamento do bloqueio aéreo e marítimo, exigimos que se retome o diálogo político, no ponto em que foi interrompido, sob patrocínio das Nações Unidas", declarou Mohamed Abdelsalam, porta-voz dos rebeldes huthis, em um comunicado.
Neste sentido, o embaixador saudita nos Estados Unidos, Adel al Jubeir, advertiu que seu país responderá caso haja uma "ação agressiva" de parte dos rebeldes huthis.
Diálogo à vista?
Ele também elogiou "os esforços positivos" da ONU e seu "apoio declarado ao diálogo nacional."
Em um gesto de boa vontade, os rebeldes libertaram três personalidades capturadas em 25 de março no sul do país, entre elas o ministro da Defesa, Mahmoud el-Subeihi, e o general Nasser Mansour Hadi, um irmão do presidente que fugiu para a Arábia Saudita.
No plano internacional, o anúncio do encerramento dos ataques aéreos foi saudado por Teerã, assim como Washington, enquanto o presidente Barack Obama pediu ao Irã que contribua para um acordo político entre as diferentes facções no Iêmen.
O ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, aliado dos huthis, também saudou a decisão de Riad e disse esperar que "todos cooperem para voltar ao diálogo e encontrar soluções".
Em um discurso transmitido pela televisão a partir de Riad, o presidente Hadi prometeu "vitória". "Em breve, voltarei à nossa pátria, à Áden e à Sanaa", assegurou.
Fazendo um balanço das últimas semanas, o ministério da Defesa saudita considerou que os ataques aéreos tinham conseguido "eliminar com sucesso as ameaças à segurança da Arábia Saudita e dos países vizinhos."
Mas apesar do sucesso reivindicado por Riad, a capital de Sanaa e outros setores continuam nas mãos dos rebeldes e violentos confrontos continuam a agitar o sul do país.
Situação humanitária 'catastrófica'
Quanto à situação humanitária, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) considerou como "absolutamente catastrófica".
"A resiliência dos iemenitas chegou a um ponto de ruptura", declarou Robert Mardini, que comanda as operações do CICV no Oriente Médio. "Pelo menos 50 pessoas são mortas e cerca de 500 feridas todos os dias, e o número de vítimas civis está aumentando dramaticamente", acrescentou.
Um dia antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou contra um iminente colapso dos sistemas de saúde e relatou 944 mortos e 3.487 feridos - entre civis e militares - entre 19 de março e 17 de abril .
Ao anunciar o fim dos ataques aéreos, a coalizão anunciou o início de uma nova fase, chamada de "Restaurar a esperança", em vista de uma retomada do processo político no Iêmen, da prestação de assistência humanitária e da "luta contra o terrorismo", em um país onde a Al-Qaeda ainda é muito ativa.
Sete supostos membros da Al-Qaeda também foram mortos durante a noite em um ataque com drone americano contra seu carro Mukalla, capital da província de Hadramut (sudeste), controlada desde o início de abril pela rede extremista, de acordo com testemunhas.
jj-it/faw/mh/ras/cbo/mr/mvv
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Confederação Israelita 'exclui' Bolsonaro em jantar de líderes da direita
- Quatro grupos disputarão rodovia Nova Raposo em leilão
- Mercado passa a esperar alta da Selic a 13% no fim do ciclo, mas eleva projeções de IPCA
- FGV: retirada de carnes da cesta básica na tributária elevaria preço ao consumidor em 10%