O número de migrantes que chegaram à Itália durante o ano está prestes a superar os 50.000, após um fim de semana no qual uma flotilha multinacional no Mediterrâneo socorreu mais de 4.000 pessoas em barcos à deriva.

Três importantes regiões do norte do país advertiram neste domingo que não aceitarão acolher novos migrantes ilegais.

O presidente da Lombardia, Roberto Maroni, afirmou que na segunda-feira escreverá aos prefeitos de sua região para pedir que não acolham mais imigrantes ilegais, sobre os quais Roma decide sua divisão, ainda sob risco de ficar sem os fundos direcionados a sua região.

Giovanni Toti, novamente eleito presidente da Ligúria, sustentou sua posição. "Eu já disse: não receberemos mais migrantes, e Lombardia, Vêneto e Vale de Aosta farão o mesmo", declarou.

Luca Zaia, presidente de direita do Vêneto, afirmou que sua região, que inclui a cidade de Veneza, é "como uma bomba prestes a explodir".

A Itália já abrigou 84.000 migrantes e neste domingo a Marinha britânica resgatou 4.000 pessoas a bordo de quatro embarcações em frente à costa do país.

Na véspera, 3.500 migrantes foram socorridos a 45 milhas náuticas de distância da costa da Líbia.

Segundo a guarda-costeira italiana, navios de Itália, Alemanha e Irlanda participaram da operação, coordenada em um primeiro momento pela ONG Migrant Offshore Aid Station (MOAS), uma operação de resgate com fundos privados que opera em Malta com a colaboração da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Não há informações sobre eventuais vítimas fatais entre os resgatados.

O número de pessoas que tentam atravessar o Mediterrâneo transportadas por traficantes aumentou 10% nos cinco primeiros meses de 2015. Neste ano o balanço pode superar o de 170.000 migrantes que chegaram em 2014 à costa italiana.