Madri celebra Parada do Orgulho Gay, sua maior festa

Madri, 5 Jul 2015 (AFP) - Uma multidão multicolorida invadiu na noite deste sábado as ruas do centro de Madri para festejar a Parada do Orgulho Gay, a maior festa anual da capital espanhola, que celebra este ano os dez anos do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Um grupo de adolescentes se abanava com leques, enquanto brincavam com policiais na praça Cibeles, onde pela primeira vez, a prefeitura, chefiada desde 13 de junho pela "indignada" Manuela Carmena, exibiu uma bandeira com as cores do arco-íris.

Não longe dali, dezenas de jovens de microshorts, moças e rapazes com e sem salto, andavam de um lado para o outro, enquanto bombeiros jogavam água na multidão, que festejava sob um calor de 37°C.

A festa multicolorida, da qual participaram umas trezentas mil pessoas, segundo cifras do setor hoteleiro, dispersou-se por volta das 19H00 (14H00 de Brasília).

Estima-se que no total 1,5 milhão de pessoas tenham participado da Parada Gay de Madri, a maior da Europa, que percorre a principal avenida da cidade.

As comemorações começaram na quarta-feira, com shows na rua, exposições, concursos de beleza e corridas de 'drag queens' com saltos.

Batucada, sevilhanas (dança típica espanhola) e música tecno. Todos os ritmos estiveram presentes 46 anos depois do início, em Nova York, do movimento de liberação dos gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBT).

Na noite deste sábado, espanhóis e residentes de todas as idades e de todas as regiões comemoravam os dez anos da lei que autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país.

Héctor Monteiro, que veio de Valencia, dançava, coberto por uma bandeira do arco-íris.

Este uruguaio de 49 anos contava com orgulho que já se casou duas vezes. A primeira, em junho de 2007, "foi uma emoção", pois sentiu que começava a "fazer parte desta sociedade", lembra.

Héctor casou-se na Espanha, pois o Uruguai, seu país de origem, proibia o casamento gay na época, o que desde 2013 é permitido.

Não longe dali, seu companheiro, Álvaro, um loiro alto, agente imobiliário de Valencia, contava que na Espanha ainda é preciso muitos avanços e afirmava que "nunca" levou "nenhum namorado para casa".

"É como tudo, isto se mantém em segredo", pois "meus pais não teriam gostado nem um pouco", lembrou Álvaro, que preferiu não dizer seu sobrenome.

"A Gay Pride também é a defesa dos direitos e das liberdades, rebeldia diante da repressão", comentou Raquel Sanudo, de 38 anos, que exibia um cartaz com a inscrição, "Melhor erótico do que neurótico".

Dez anos depois da lei que autoriza o casamento gay, mais de 30.000 casais celebraram sua união, segundo dados oficiais.

País católico onde ser homossexual ainda era passível de punição em 1979, a Espanha se tornou um dos pioneiros na liberação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, sendo o terceiro depois da Bélgica e da Holanda.

Dez anos depois, segundo uma pesquisa feita pelo instituto de pesquisas Pew Research Center, é um dos países mais tolerantes com os homossexuais. Oitenta e oito por cento dos cidadãos consideram a união "socialmente aceitável" contra 60% dos americanos, por exemplo.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos