Presidente da Tunísia decreta estado de emergência
Tunes, 4 Jul 2015 (AFP) - O chefe de Estado tunisiano, Beji Caid Essebsi, declarou estado de emergência neste sábado, oito dias após o ataque sangrento que matou 38 turistas em um hotel à beira-mar em 26 de junho.
"O presidente decreta o estado de emergência na Tunísia e se dirigirá à nação", informou à AFP o gabinete de comunicação da Presidência.
Os tunisianos viveram recentemente diferentes estados de emergência: instaurado em janeiro de 2011, antes da fuga do presidente Zine El Abidine Ben Ali, em meio ao levante que lançou a "Primavera Árabe", foi renovado antes de ser suspenso em março de 2014.
O estado de emergência dá poderes excepcionais às forças de ordem e direito às autoridades de proibir greves e reuniões "que possam provocar desordem".
Autoriza, ainda, às autoridades "tomar todas as medidas necessárias para garantir o controle da imprensa e das publicações de todo tipo".
A Tunísia, que tem enfrentado desde a sua revolução um crescimento dos movimentos jihadistas, responsáveis pela morte de dezenas de policiais e soldados, foi atingida por dois ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) no espaço de três meses.
Cinquenta e nove turistas estrangeiros morreram: 21 no Museu do Bardo, na Tunísia, em março, e 38 em um hotel litorâneo em Port El Kantaoui, em 26 de junho.
Em entrevista na sexta-feira à BBC, o premiê, Habib Essid, admitiu que a polícia foi muito lenta durante o atentado de Port El Kantaoui, a primeira admissão oficial de falhas de segurança.
"Decidimos, após ter consultado o presidente do Parlamento e o chefe de governo, proclamar o estado de emergência em todo o território tunisiano por 30 dias", declarou o chefe de Estado em um discurso à nação televisionado, destacando que esta medida excepcional entrava em vigor a partir deste sábado.
Essebsi justificou a decisão pela "situação excepcional que o país atravessa depois do último atentado terrorista e da persistência das ameaças que conduzem o país a uma guerra de caráter especial".
Neste contexto, um conselheiro do primeiro-ministro Habib Essid informou que várias autoridades foram afastadas de seus cargos, incluindo o governador de Sousse, onde ocorreu o atentado.
"Assim como houve falhas de segurança, houve falhas políticas", declarou Dhafer Néji, conselheiro de comunicação do chefe de governo, acrescentando que o governador de Sousse foi demitido, bem como autoridades policiais.
O anúncio da proclamação do estado de emergência mais de uma semana depois do atentado tem provocado questionamentos na Tunísia, uma vez que confere poderes de exceção à polícia e ao exército.
"Por que oito dias depois? Será que há informações sobre novos ataques? E como isso será aplicado?", questionou o analista independente tunisino Selim Kharrat.
"Faço esses questionamentos porque o estado de emergência pode ser uma grande ferramenta de repressão. Isso dependerá da vontade política", alertou.
O porta-voz da presidência relativizou a questão, lembrando que a Tunísia viveu sob estado de emergência por mais de três anos. "Em circunstâncias excepcionais, medidas excepcionais. (Mas) isso será feito em conformidade com a lei, por um período fixo", assegurou Sinaoui.
Em 26 de junho, um tunisiano de 23 anos, identificado pelas autoridades como um estudante de mestrado chamado Seifeddine Rezgui, atirou nos turistas em uma praia e ao lado das piscinas de um hotel de Port El Kantaoui, perto de Sousse (centro-leste).
De acordo com as autoridades tunisinas, o autor do massacre teve treinamento com armas em um campo na Líbia, entregue ao caos e separado da Tunísia por uma fronteira porosa.
Trinta e oito pessoas, entre elas 30 britânicos, morreram neste ataque, reivindicado, como o que matou 21 turistas e um policial tunisiano em 18 de março no museu do Bardo, na Tunísia, pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Após o atentado, a Tunísia anunciou o destacamento de agentes de segurança armados para proteger praias e pontos turísticos.
"Mais de 1.400 policiais estão espalhados por várias áreas turísticas para proteger hotéis e praias", indicou o primeiro-ministro Habib Essid, que reconheceu, no entanto, que a polícia reagiu com lentidão.
E quarta-feira à noite, dia de entrada em vigor do plano de "excepcional" anunciado pelas autoridades, o ministro do Interior constatou deficiências em Hammamet, grande resort ao sul de Túnis.
As autoridades anunciaram a prisão de oito pessoas, entre as quais uma mulher, depois do ataque. Essid explicou que eram "amigos" e membros da família do assassino.
Neste sábado, os últimos cinco corpos de britânicos mortos no ataque foram repatriados para o Reino Unido.
Além das 30 vítimas britânicas, três irlandeses, dois alemães, uma belga, uma portuguesa e uma russa estão entre os mortos.
"O presidente decreta o estado de emergência na Tunísia e se dirigirá à nação", informou à AFP o gabinete de comunicação da Presidência.
Os tunisianos viveram recentemente diferentes estados de emergência: instaurado em janeiro de 2011, antes da fuga do presidente Zine El Abidine Ben Ali, em meio ao levante que lançou a "Primavera Árabe", foi renovado antes de ser suspenso em março de 2014.
O estado de emergência dá poderes excepcionais às forças de ordem e direito às autoridades de proibir greves e reuniões "que possam provocar desordem".
Autoriza, ainda, às autoridades "tomar todas as medidas necessárias para garantir o controle da imprensa e das publicações de todo tipo".
A Tunísia, que tem enfrentado desde a sua revolução um crescimento dos movimentos jihadistas, responsáveis pela morte de dezenas de policiais e soldados, foi atingida por dois ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) no espaço de três meses.
Cinquenta e nove turistas estrangeiros morreram: 21 no Museu do Bardo, na Tunísia, em março, e 38 em um hotel litorâneo em Port El Kantaoui, em 26 de junho.
Em entrevista na sexta-feira à BBC, o premiê, Habib Essid, admitiu que a polícia foi muito lenta durante o atentado de Port El Kantaoui, a primeira admissão oficial de falhas de segurança.
"Decidimos, após ter consultado o presidente do Parlamento e o chefe de governo, proclamar o estado de emergência em todo o território tunisiano por 30 dias", declarou o chefe de Estado em um discurso à nação televisionado, destacando que esta medida excepcional entrava em vigor a partir deste sábado.
Essebsi justificou a decisão pela "situação excepcional que o país atravessa depois do último atentado terrorista e da persistência das ameaças que conduzem o país a uma guerra de caráter especial".
Neste contexto, um conselheiro do primeiro-ministro Habib Essid informou que várias autoridades foram afastadas de seus cargos, incluindo o governador de Sousse, onde ocorreu o atentado.
"Assim como houve falhas de segurança, houve falhas políticas", declarou Dhafer Néji, conselheiro de comunicação do chefe de governo, acrescentando que o governador de Sousse foi demitido, bem como autoridades policiais.
O anúncio da proclamação do estado de emergência mais de uma semana depois do atentado tem provocado questionamentos na Tunísia, uma vez que confere poderes de exceção à polícia e ao exército.
"Por que oito dias depois? Será que há informações sobre novos ataques? E como isso será aplicado?", questionou o analista independente tunisino Selim Kharrat.
"Faço esses questionamentos porque o estado de emergência pode ser uma grande ferramenta de repressão. Isso dependerá da vontade política", alertou.
O porta-voz da presidência relativizou a questão, lembrando que a Tunísia viveu sob estado de emergência por mais de três anos. "Em circunstâncias excepcionais, medidas excepcionais. (Mas) isso será feito em conformidade com a lei, por um período fixo", assegurou Sinaoui.
Em 26 de junho, um tunisiano de 23 anos, identificado pelas autoridades como um estudante de mestrado chamado Seifeddine Rezgui, atirou nos turistas em uma praia e ao lado das piscinas de um hotel de Port El Kantaoui, perto de Sousse (centro-leste).
De acordo com as autoridades tunisinas, o autor do massacre teve treinamento com armas em um campo na Líbia, entregue ao caos e separado da Tunísia por uma fronteira porosa.
Trinta e oito pessoas, entre elas 30 britânicos, morreram neste ataque, reivindicado, como o que matou 21 turistas e um policial tunisiano em 18 de março no museu do Bardo, na Tunísia, pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Após o atentado, a Tunísia anunciou o destacamento de agentes de segurança armados para proteger praias e pontos turísticos.
"Mais de 1.400 policiais estão espalhados por várias áreas turísticas para proteger hotéis e praias", indicou o primeiro-ministro Habib Essid, que reconheceu, no entanto, que a polícia reagiu com lentidão.
E quarta-feira à noite, dia de entrada em vigor do plano de "excepcional" anunciado pelas autoridades, o ministro do Interior constatou deficiências em Hammamet, grande resort ao sul de Túnis.
As autoridades anunciaram a prisão de oito pessoas, entre as quais uma mulher, depois do ataque. Essid explicou que eram "amigos" e membros da família do assassino.
Neste sábado, os últimos cinco corpos de britânicos mortos no ataque foram repatriados para o Reino Unido.
Além das 30 vítimas britânicas, três irlandeses, dois alemães, uma belga, uma portuguesa e uma russa estão entre os mortos.