Obama condena a corrupção e os dirigentes que se aferram ao poder na África
Adis Abeba, 28 Jul 2015 (AFP) - Barack Obama pediu nesta terça-feira que a África combata "o câncer da corrupção" para garantir um progresso contínuo, em seu discurso na União Africana, o primeiro de um presidente americano nesta instância.
"Nada poderá desbloquear mais o potencial econômico da África do que o fim da corrupção", afirmou Obama, acrescentando que a prática subtrai bilhões de dólares que poderiam ser usados para a saúde ou para criação de empregos.
Obama também afirmou que é hora de o mundo deixar de lado os "velhos estereótipos" em relação à África.
"À medida que a África muda, eu peço ao mundo que mude sua abordagem da África".
Mas Obama condenou os líderes africanos que se recusam a deixar o poder no continente.
"O progresso democrático da África também está em risco quando líderes se recusam a deixar o poder quando seu mandato termina", afirmou.
"Ninguém deveria ser presidente para a vida toda", enfatizou.
Obama recordou que está chegando ao final de seu segundo mandato e que a Constituição americana o proíbe de concorrer novamente à presidência. "A lei é a lei e ninguém está acima dela, mesmo os presidentes", ressaltou ante os chefes de Estado da UA, líderes da sociedade civil, religiosos e acadêmicos.
"Vou ser honesto com vocês, eu espero impacientemente pela minha nova vida após a presidência. Não terei todas essas obrigações de segurança, o que significa que poderei passear, passar o tempo com a minha família e retornar à África", declarou.
"Não consigo entender por que as pessoas querem permanecer por tanto tempo" no poder, "particularmente quando têm muito dinheiro", acrescentou.
O presidente americano apelo à UA a usar "sua autoridade e sua voz forte", não apenas para condenar os "golpes de Estado e as mudanças ilegítimas de poder", mas também para fazer com que os líderes africanos "respeitem as limitações do número de mandatos e suas constituições".
"Quando um líder tenta modificar as regras no meio da partida, simplesmente para permanecer no cargo, ele expõe à instabilidade e à discórdia, como vimos no Burundi", ressaltou.
A obstinação do presidente do Burundi Pierre Nkurunziza para concorrer a um terceiro mandato na eleição presidencial de 21 de julho, considerado inconstitucional por seus adversários, mergulhou o país em uma grave crise que deixou mais de 80 mortos.
Além do Burundi, vários líderes africanos procuram modificar disposições constitucionais que limitam o número de mandatos presidenciais, para permanecer no poder.
Por fim, o presidente Obama destacou que a África precisa derrotar o terrorismo, alertando que o progresso do continente depende da segurança e da paz. Segundo ele, os Estados Unidos estão ao lado do continente para combater o terror.
"A África enfrenta o terrorismo e o conflito, e quero que saibam que os Estados Unidos estão com vocês", afirmou.
O presidente americano aludiu assim ao perigo que representam grupos como os shebab da Somália, o Boko Haram na Nigéria, os insurgentes no Mali e na Tunísia, e os rebeldes do Exército da Resistência na África Central.
Após seu discurso, Obama deixou a Etiópia ao meio-dia, concluindo assim seu giro pela África, que o levou também ao Quênia, terra natal de seus antepassados.
bur-ayv/aud/tmo/mr
"Nada poderá desbloquear mais o potencial econômico da África do que o fim da corrupção", afirmou Obama, acrescentando que a prática subtrai bilhões de dólares que poderiam ser usados para a saúde ou para criação de empregos.
Obama também afirmou que é hora de o mundo deixar de lado os "velhos estereótipos" em relação à África.
"À medida que a África muda, eu peço ao mundo que mude sua abordagem da África".
Mas Obama condenou os líderes africanos que se recusam a deixar o poder no continente.
"O progresso democrático da África também está em risco quando líderes se recusam a deixar o poder quando seu mandato termina", afirmou.
"Ninguém deveria ser presidente para a vida toda", enfatizou.
Obama recordou que está chegando ao final de seu segundo mandato e que a Constituição americana o proíbe de concorrer novamente à presidência. "A lei é a lei e ninguém está acima dela, mesmo os presidentes", ressaltou ante os chefes de Estado da UA, líderes da sociedade civil, religiosos e acadêmicos.
"Vou ser honesto com vocês, eu espero impacientemente pela minha nova vida após a presidência. Não terei todas essas obrigações de segurança, o que significa que poderei passear, passar o tempo com a minha família e retornar à África", declarou.
"Não consigo entender por que as pessoas querem permanecer por tanto tempo" no poder, "particularmente quando têm muito dinheiro", acrescentou.
O presidente americano apelo à UA a usar "sua autoridade e sua voz forte", não apenas para condenar os "golpes de Estado e as mudanças ilegítimas de poder", mas também para fazer com que os líderes africanos "respeitem as limitações do número de mandatos e suas constituições".
"Quando um líder tenta modificar as regras no meio da partida, simplesmente para permanecer no cargo, ele expõe à instabilidade e à discórdia, como vimos no Burundi", ressaltou.
A obstinação do presidente do Burundi Pierre Nkurunziza para concorrer a um terceiro mandato na eleição presidencial de 21 de julho, considerado inconstitucional por seus adversários, mergulhou o país em uma grave crise que deixou mais de 80 mortos.
Além do Burundi, vários líderes africanos procuram modificar disposições constitucionais que limitam o número de mandatos presidenciais, para permanecer no poder.
Por fim, o presidente Obama destacou que a África precisa derrotar o terrorismo, alertando que o progresso do continente depende da segurança e da paz. Segundo ele, os Estados Unidos estão ao lado do continente para combater o terror.
"A África enfrenta o terrorismo e o conflito, e quero que saibam que os Estados Unidos estão com vocês", afirmou.
O presidente americano aludiu assim ao perigo que representam grupos como os shebab da Somália, o Boko Haram na Nigéria, os insurgentes no Mali e na Tunísia, e os rebeldes do Exército da Resistência na África Central.
Após seu discurso, Obama deixou a Etiópia ao meio-dia, concluindo assim seu giro pela África, que o levou também ao Quênia, terra natal de seus antepassados.
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