Juventude Trabalhista se reúne 4 anos anos após massacre na Noruega
Oslo, 5 Ago 2015 (AFP) - Cenário de um monstruoso massacre cometido pelo radical de direita Anders Behring Breivik, a ilha norueguesa de Utoya voltará à vida ao sediar o primeiro acampamento de verão da Juventude Trabalhista desde a tragédia.
Com alguns sobreviventes do massacre em suas fileiras, mas com novos integrantes em sua maioria, mil jovens militantes são esperados entre sexta-feira e domingo na pequena ilha em forma de coração, onde 69 de seus antecessores morreram em 22 de julho 2011.
Naquele dia, Breivik atirou a sangue frio contra mais de 600 participantes do acampamento de verão da Juventude Trabalhista (AUF. O assassino semeou o terror por mais de uma hora entre os adolescentes presos neste pedaço de terra de 0,12km2 no meio de um lago.
O extremista de direita, que acusava as vítimas de promover o multiculturalismo, havia detonado pouco antes uma bomba perto da sede do governo em Oslo, cerca de 40 quilômetros de distância, matando oito pessoas.
"Vamos nos apoderar novamente de Utoya", havia dito o então chefe da Juventude Trabalhista, Eskil Pedersen, um dia após o massacre, em um país chocado.
Quatro anos e alguns desentendimentos, o lugar vai retomar sua vocação, o que promete uma mistura de fortes emoções.
Algumas famílias das vítimas estavam desanimadas com a ideia de que os jovens pudessem voltar a jogar futebol, contar histórias e ter debates políticos acalorados no mesmo lugar onde seus filhos foram mortos.
Para alguns, é muito cedo.
"Eu não tenho certeza se eu quero voltar ao acampamento. Prefiro esperar sentir uma forte vontade de ir", explicou à AFP Marie Stine Hogden, militante de 21 anos. Com água até os joelhos, ela havia escapado das balas de Breivik, escondendo-se em uma área íngreme.
Impactos de balaMani Hussaini, eleito líder da Juventude Trabalhista norueguesa no ano passado, e originário do Curdistão sírio, reconhece que este novo acampamento de verão será "especial".
A edição de 2012 foi cancelada e as duas seguintes foram organizadas em outros lugares. Entretanto, Utoya recebeu poucas visitas pontuais das famílias e sobreviventes.
"Aqueles que se preparam para voltar a Utoya contribuem para escrever uma nova página da ilha", declarou Husseini à AFP.
Astrid Willa Eide Hoem, de 20 ano e uma sobrevivente do tiroteio, decidiu adotar um papel ativo.
"É importante para a AUF como uma organização e para mim como uma pessoa", disse ela.
"Utoya deve continuar a ser uma oficina onde os jovens aprendem sobre democracia, política e compromisso", ressaltou.
Para o reencontro, esta ilha florestada passou por uma renovação. Graças a centenas de voluntários e doações, novas construções de madeira foram construídas, parecidas com as antigas, carregadas de uma história sombria.
A cafeteria onde 13 jovens foram mortos era para ser demolida, mas acabou sendo preservada com os impactos de bala.
Um outro edifício de madeira, "a casa da salvaguarda", está sendo construída, parcialmente coberta, e será dedicada à memória dos fatos.
"A nova Utoya deve ser um lugar de memória em que se aprende e cultive seu compromisso político", disse Husseini.
Um pouco distante, um monumento apelidado de "claro" foi acondicionado na floresta: um grande cilindro de metal pendurado nas árvores carrega os nomes de 60 das 69 vítimas, uma geração de jovens militantes literalmente dizimada.
A prova de que as feridas ainda estão abertas é que as famílias das outras nove vítimas ainda se opõem a escrever os nomes de seus entes queridos no monumento.
Breivik, por seu lado, está cumprindo uma penas de 21 anos de prisão, que pode ser prolongada indefinidamente enquanto ainda for considerado uma ameaça para a sociedade.
Com alguns sobreviventes do massacre em suas fileiras, mas com novos integrantes em sua maioria, mil jovens militantes são esperados entre sexta-feira e domingo na pequena ilha em forma de coração, onde 69 de seus antecessores morreram em 22 de julho 2011.
Naquele dia, Breivik atirou a sangue frio contra mais de 600 participantes do acampamento de verão da Juventude Trabalhista (AUF. O assassino semeou o terror por mais de uma hora entre os adolescentes presos neste pedaço de terra de 0,12km2 no meio de um lago.
O extremista de direita, que acusava as vítimas de promover o multiculturalismo, havia detonado pouco antes uma bomba perto da sede do governo em Oslo, cerca de 40 quilômetros de distância, matando oito pessoas.
"Vamos nos apoderar novamente de Utoya", havia dito o então chefe da Juventude Trabalhista, Eskil Pedersen, um dia após o massacre, em um país chocado.
Quatro anos e alguns desentendimentos, o lugar vai retomar sua vocação, o que promete uma mistura de fortes emoções.
Algumas famílias das vítimas estavam desanimadas com a ideia de que os jovens pudessem voltar a jogar futebol, contar histórias e ter debates políticos acalorados no mesmo lugar onde seus filhos foram mortos.
Para alguns, é muito cedo.
"Eu não tenho certeza se eu quero voltar ao acampamento. Prefiro esperar sentir uma forte vontade de ir", explicou à AFP Marie Stine Hogden, militante de 21 anos. Com água até os joelhos, ela havia escapado das balas de Breivik, escondendo-se em uma área íngreme.
Impactos de balaMani Hussaini, eleito líder da Juventude Trabalhista norueguesa no ano passado, e originário do Curdistão sírio, reconhece que este novo acampamento de verão será "especial".
A edição de 2012 foi cancelada e as duas seguintes foram organizadas em outros lugares. Entretanto, Utoya recebeu poucas visitas pontuais das famílias e sobreviventes.
"Aqueles que se preparam para voltar a Utoya contribuem para escrever uma nova página da ilha", declarou Husseini à AFP.
Astrid Willa Eide Hoem, de 20 ano e uma sobrevivente do tiroteio, decidiu adotar um papel ativo.
"É importante para a AUF como uma organização e para mim como uma pessoa", disse ela.
"Utoya deve continuar a ser uma oficina onde os jovens aprendem sobre democracia, política e compromisso", ressaltou.
Para o reencontro, esta ilha florestada passou por uma renovação. Graças a centenas de voluntários e doações, novas construções de madeira foram construídas, parecidas com as antigas, carregadas de uma história sombria.
A cafeteria onde 13 jovens foram mortos era para ser demolida, mas acabou sendo preservada com os impactos de bala.
Um outro edifício de madeira, "a casa da salvaguarda", está sendo construída, parcialmente coberta, e será dedicada à memória dos fatos.
"A nova Utoya deve ser um lugar de memória em que se aprende e cultive seu compromisso político", disse Husseini.
Um pouco distante, um monumento apelidado de "claro" foi acondicionado na floresta: um grande cilindro de metal pendurado nas árvores carrega os nomes de 60 das 69 vítimas, uma geração de jovens militantes literalmente dizimada.
A prova de que as feridas ainda estão abertas é que as famílias das outras nove vítimas ainda se opõem a escrever os nomes de seus entes queridos no monumento.
Breivik, por seu lado, está cumprindo uma penas de 21 anos de prisão, que pode ser prolongada indefinidamente enquanto ainda for considerado uma ameaça para a sociedade.