Para UE, aumento da violência no leste da Ucrânia viola acordos de paz

Bruxelas, 11 Ago 2015 (AFP) - O aumento dos ataques contra regiões do leste da Ucrânia controladas pelo governo violam o acordo de paz assinado em fevereiro com os separatistas pró-russos, avaliou nesta terça-feira a União Europeia (UE).

"A nova escalada do conflito (...), como resultado dos ataques contra várias áreas atualmente controladas pelo governo, assim como o registrado na noite de 10 de agosto em Starohnativka, viola o espírito e o texto dos acordos em Minsk", indicou o Serviço Europeu de Ação Externa da UE em um comunicado, referindo-se ao acordo assinado meses atrás.

Em Kiev, o exército ucraniano ameaçou nesta terça-feira responder "por todos os meios" aos disparos com foguetes de tipo Grad lançados pelos rebeldes no setor de Mariupol, última grande cidade desta região controlada pelo governo, onde três pessoas morreram nas últimas 24 horas.

Em visita a Kiev, o secretário de Estado britânico para a Defesa, Michael Fallon, classificou a situação como "incendiária" antes de dirigir-se ao campo militar de Teterivka, cerca de 150 km a oeste da capital ucraniana, onde instrutores britânicos formam soldados ucranianos que enfrentarão os separatistas pró-russos.

Tensão volta a aumentar"A situação está muito tensa (...), advertimos nossos sócios ocidentais que responderemos por todos os meios para responder à agressão inimiga", declarou à AFP Vladislav Seleznev, porta-voz do estado maior do exército ucraniano.

Em sua opinião, os disparos contra as posições ucranianas com foguetes múltiplos Grad "tornaram-se regulares" durante a madrugada de terça-feira no "setor M", em torno de Mariupol, porto estratégico no mar de Azov, e última grande cidade sob o controle de Kiev na região desde o começo do conflito.

"Não queremos arriscar a vida de nossos soldados, eles têm que responder aos Grad", completou.

Por sua parte, a missão de vigilância da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), presente na região, também informou sobre "um aumento significativo de casos de violação do cessar-fogo no leste e norte de Mariupol", segundo um comunicado da organização.

Míssil BUK pode ter derrubado o voo MH17Durante o dia, desde Haia, foi informado que os investigadores da queda do voo MH17, da companhia Malaysia Airlines, afirmaram que identificaram "possíveis" partes de um míssil BUK de fabricação russa no leste da Ucrânia, onde caiu a aeronave em julho de 2014.

Os investigadores internacionais e holandeses investigam "várias partes possivelmente procedentes de um míssil BUK terra-ar", disseram em um comunicado conjunto da promotoria e dos serviços de segurança holandeses.

"Estas partes foram encontradas durante uma missão anterior de recuperação no leste da Ucrânia, e estão em posse da equipe de investigação criminal MH17 e da Junta de Segurança Holandesa" (OVV), afirma o texto.

Dois terços das vítimas desta tragédia aérea eram holandesas, de modo que a Holanda se encarregou de coordenar a investigação sobre as causas da queda, assim como da investigação penal e da missão de repatriação dos corpos.

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