Presidente do Burundi toma posse para polêmico terceiro mandato

Nairóbi, 20 Ago 2015 (AFP) - O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, fez o juramento para o cargo nesta quinta-feira para um polêmico terceiro mandato, que afundou o país na violência, anunciou a presidência do país no Twitter.

"O presidente Pierre Nkurunziza acaba de jurar seu cargo para um novo mandato de 5 anos", afirma a presidência na conta oficial da rede social.

A cerimônia, que ocorreu no Palácio de Congressos de Bujumbura, só foi anunciada horas antes por razões de segurança, segundo um membro do CNDD-FDD, o partido de Nkurunziza.

Nenhum chefe de Estado estrangeiro esteve presente. Apenas a África do Sul enviou uma representação ministerial, enquanto vários países africanos, assim como China e Rússia, enviaram seus embaixadores. União Europeia e Estados Unidos, por sua vez, estiveram representados por diplomatas de médio escalão.

A oposição, a sociedade civil e a Igreja católica e uma facção do partido de Nkurunziza, o CNDD-FDD, consideram que o terceiro mandato é contrário à Constituição e ao Acordo de Arusha, que abriu caminho para o fim da guerra civil (300.000 mortos entre 1993 e 2006), que limitam a dois os mandatos presidenciais.

Nkurunziza foi eleito em 2005 pelo Parlamento e depois em 2010 e no dia 21 de julho por sufrágio universal direto.

Os partidários do chefe de Estado explicam que como da primeira vez foi eleito por sufrágio indireto devido a um dispositivo especial da Constituição aplicável ao primeiro chefe de Estado eleito ao término da transição pós-guerra civil, seu primeiro mandato não conta na limitação constitucional.

As autoridades impediram em maio uma tentativa de golpe de Estado militar e a brutal repressão acabou com seis semanas de manifestações, sobretudo em Bujumbura, contra este terceiro mandato.

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