Sana, 2 Set 2015 (AFP) - O Iêmen, um país destruído pela guerra, registrou um dia sangrento nesta quarta-feira, com ataques contra uma mesquita xiita reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que deixaram ao menos 28 mortos e um tiroteio no qual morreram dois funcionários da Cruz Vermelha.

O grupo jihadista reivindicou, em um comunicado publicado no Twitter, um duplo atentado contra uma mesquita xiita na capital iemenita, Sanaa, que deixou 28 mortos e 75 feridos, segundo os primeiros comunicados.

Segundo testemunhas, um homem com um cinturão de explosivos detonou sua carga entre os fiéis quando saíam da mesquita após as orações da tarde e pouco depois, quando as pessoas corriam para ajudar os feridos, outro suicida detonou um carro-bomba.

O atentado foi para "vingar os muçulmanos contra os rafidah (xiitas)", diz o comunicado do grupo jihadista no Twitter.

O grupo já havia reivindicado anteriormente outros atentados similares contra mesquitas xiitas, por considerar como hereges os fiéis deste braço do Islã.

Fontes médicas informaram que ao menos 28 pessoas morreram e que 75 ficaram feridas, um balanço confirmado pela sabanews.net, a página da internet da milícia xiita que controla a cidade.

Um jornalista da AFP informou que escutou duas fortes explosões seguidas pelas sirenes das ambulâncias que acudiram a mesquita.

Após o atentado, os rebeldes huthis, que desde setembro de 2014 controlam amplos territórios no país, mobilizaram combatentes em toda a cidade e estabeleceram pontos de controle.

No distrito de Jarraf, na capital iemenita, vivem vários líderes da milícia xiita, cujo avanço obrigou o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, a fugir para Arábia Saudita.

Ataque contra Cruz VermelhaDurante a manhã, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou que dois de seus funcionários morreram atingidos por disparos no norte de Sanaa.

"Infelizmente, dois de nossos funcionários foram brutalmente assassinados nesta manhã às 10H30 locais", 04H30 em Brasília, disse à AFP a porta-voz Rima Kamal.

Ambos morreram quando voltavam de Sada, no norte do país, até a capital "em dois veículos claramente identificados" com o símbolo da Cruz Vermelha, explicou.

As vítimas foram detidas na região de Amrane por "um homem armado que disparou contra nosso veículo", disse a porta-voz.

"Um de nossos colegas morreu imediatamente e o outro ficou gravemente ferido e morreu um pouco mais tarde em um hospital" que a ONG Médicos Sem Fronteiras tem em Amrane, informou Kamal.

Na terça-feira, o CICV anunciou a suspensão temporária de suas operações humanitárias em Áden, a segunda cidade do Iêmen, após um ataque contra seu pessoal por parte de homens armados que roubaram dinheiro e material.

Desde o mês de março, O Iêmen está mergulhado em um conflito armado entre forças sunitas favoráveis ao governo e rebeldes xiitas, que controlam a capital. Ao mesmo tempo, uma coalizão internacional liderada pela Arábia Saudita apoia as forças pró-governamentais com ataques aéreos.

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