Novos confrontos entre palestinos e a polícia de Israel na Esplanada das Mesquitas
Jerusalém, 14 Set 2015 (AFP) - Palestinos e policiais israelenses se enfrentaram nesta segunda-feira, pelo segundo dia consecutivo, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, coincidindo com o aumento do número de visitantes judeus por ocasião do Ano Novo judaico.
Como aconteceu no domingo, as forças de segurança entraram na mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, para evitar que os jovens muçulmanos reunidos na área cercassem os judeus, segundo a polícia.
Os confrontos explodiram na Esplanada e os muçulmanos se entrincheiraram dentro da mesquita de Al-Aqsa protestando pelos acessos ao local, também venerado pelos judeus, que o chamam de Monte do Templo.
"Quando a polícia entrou no complexo, jovens encapuzados fugiram para dentro da mesquita e lançaram pedras", afirma um comunicado das forças de segurança.
A polícia informou que cinco manifestantes foram detidos na Esplanada e que as visitas aconteceram de acordo com o previsto.
Outros quatro ativistas foram detidos em confrontos com as forças de segurança e os manifestantes nas ruas próximas da cidade antiga de Jerusalém. A polícia usou bombas de efeito moral, ao mesmo tempo que avançava contra manifestantes e jornalistas para tentar dispersar a multidão.
Os muçulmanos temem uma tentativa de Israel de mudar as normas de administração do local, estimulada por grupos de extrema-direita judeus que exigem um acesso maior ou até mesmo a construção de um novo templo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o "status quo" será respeitado neste local sensível, mas os palestinos mantêm a desconfiança, o que demonstra a profunda divisão entre as partes.
Os não muçulmanos têm permissão de visitar a Esplanada, mas os judeus estão proibidos de rezar ou exibir símbolos nacionais no local, uma medida para evitar ainda mais tensão com os muçulmanos.
"Estamos preocupados com Al-Aqsa porque Israel quer esvaziá-la e depois retirar todos os muçulmanos de de Jerusalém", disse à AFP Sanaa Rajabi, uma das mulheres que protestavam na entrada da mesquita.
"É o primeiro passo para dividir Al-Aqsa. Eles fazem isto passo a passo para que os muçulmanos e os árabes não digam nada, mas este é o plano", completou.
Reações de repúdioA dirigente palestina Hanan Ashrawi afirmou que Israel cria deliberadamente instabilidade para poder anexar totalmente a Esplanada. Além disso, fez um apelo à comunidade internacional "antes que Israel consiga provocar uma guerra santa global".
Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira "todos os atos de violência" no local e pediram a Israel e a Autoridade Palestina para evitarem qualquer "ato de provocação".
Em uma declaração lida no início de uma entrevista coletiva, em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, expressou "a profunda inquietação" do governo americano e chamou israelenses e palestinos e "preservar o status quo" de 1967 na ultrassensível Esplanada das Mesquitas.
"É absolutamente essencial que todas as partes atuem com moderação, se abstenham de atos de provocação e retórica e mantenham inalterado o histórico statu quo no Haram Al Sharif (Monte do Templo), de palavra e na prática", destacou Kirby.
Mais cedo, o rei Abdullah da Jordânia advertiu Israel contra qualquer nova provocação na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.
"Qualquer nova provocação em Jerusalém afetará as relações entre Jordânia e Israel (...) A Jordânia não terá outra saída a não ser tomar medidas, lamentavelmente", advertiu em inglês o rei diante dos jornalistas presentes após um encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
A Jordânia é a guardiã da Esplanada das Mesquitas segundo o "status quo" de 1967.
Aumento das visitas dos não muçulmanosAs visitas de não muçulmanos ao local aumentam durante as férias judaicas, com cerca de 650 visitantes registrados no domingo, segundo a polícia. Outras 500 pessoas foram ao local na segunda-feira entre as 07H30 e as 11H00, o horário de visitas.
As cerimônias do Ano Novo Judaico (Rosh Hashanah) começaram no domingo à noite e devem terminar na terça-feira.
O ministro da Agricultura israelense, Uri Ariel, de ultra-direita, estava entre os ativistas que visitaram o local no domingo, segundo a imprensa.
O ministério da Defesa decidiu proibir a entrada no local dos grupos muçulmanos Murabitat e Murabitun - que afirmam defender a Esplanada das Mesquitas - para proteger "a segurança do Estado, o bem-estar e a ordem pública".
Nos distúrbios de domingo, testemunhas afirmaram que a polícia entrou na mesquita de forma violenta e provocou danos. A polícia alega que se limitou a fechar as portas para evitar que as pessoas que estavam do lado de dentro atirassem pedras e outros objetos.
As forças de segurança israelenses já haviam usado a mesma tática no ano passado para tentar restabelecer a calma, entretanto de forma breve a mesquita.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou a ação da polícia israelense no domingo, ao recordar que locais como Al-Aqsa constituem uma "linha vermelha".
"Não permitiremos ataques contra nossos locais sagrados".
Netanyahu respondeu também no domingo.
"É nossa responsabilidade e nosso direito atuar contra os agitadores para permitir a liberdade dos fiéis neste local sagrado".
Israel conquistou Jerusalém Oriental, onde fica a Esplanada das Mesquitas, durante a guerra dos Seis Dias de 1967 e mais tarde a anexou a seu território, uma medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.
A polícia afirmou nesta segunda-feira as pedras atiradas por manifestantes podem ter provocado um acidente de carro que matou um motorista perto de um bairro palestino de Jerusalém.
Netanyahu também convocou uma reunião de emergência de seu gabinete para terça-feira, com o objetivo de tentar acalmar a situação, segundo uma fonte do governo.
sbh-scw/mjs/kir/jvb-pc/age/eg/fp/ma/pr
Como aconteceu no domingo, as forças de segurança entraram na mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, para evitar que os jovens muçulmanos reunidos na área cercassem os judeus, segundo a polícia.
Os confrontos explodiram na Esplanada e os muçulmanos se entrincheiraram dentro da mesquita de Al-Aqsa protestando pelos acessos ao local, também venerado pelos judeus, que o chamam de Monte do Templo.
"Quando a polícia entrou no complexo, jovens encapuzados fugiram para dentro da mesquita e lançaram pedras", afirma um comunicado das forças de segurança.
A polícia informou que cinco manifestantes foram detidos na Esplanada e que as visitas aconteceram de acordo com o previsto.
Outros quatro ativistas foram detidos em confrontos com as forças de segurança e os manifestantes nas ruas próximas da cidade antiga de Jerusalém. A polícia usou bombas de efeito moral, ao mesmo tempo que avançava contra manifestantes e jornalistas para tentar dispersar a multidão.
Os muçulmanos temem uma tentativa de Israel de mudar as normas de administração do local, estimulada por grupos de extrema-direita judeus que exigem um acesso maior ou até mesmo a construção de um novo templo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o "status quo" será respeitado neste local sensível, mas os palestinos mantêm a desconfiança, o que demonstra a profunda divisão entre as partes.
Os não muçulmanos têm permissão de visitar a Esplanada, mas os judeus estão proibidos de rezar ou exibir símbolos nacionais no local, uma medida para evitar ainda mais tensão com os muçulmanos.
"Estamos preocupados com Al-Aqsa porque Israel quer esvaziá-la e depois retirar todos os muçulmanos de de Jerusalém", disse à AFP Sanaa Rajabi, uma das mulheres que protestavam na entrada da mesquita.
"É o primeiro passo para dividir Al-Aqsa. Eles fazem isto passo a passo para que os muçulmanos e os árabes não digam nada, mas este é o plano", completou.
Reações de repúdioA dirigente palestina Hanan Ashrawi afirmou que Israel cria deliberadamente instabilidade para poder anexar totalmente a Esplanada. Além disso, fez um apelo à comunidade internacional "antes que Israel consiga provocar uma guerra santa global".
Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira "todos os atos de violência" no local e pediram a Israel e a Autoridade Palestina para evitarem qualquer "ato de provocação".
Em uma declaração lida no início de uma entrevista coletiva, em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, expressou "a profunda inquietação" do governo americano e chamou israelenses e palestinos e "preservar o status quo" de 1967 na ultrassensível Esplanada das Mesquitas.
"É absolutamente essencial que todas as partes atuem com moderação, se abstenham de atos de provocação e retórica e mantenham inalterado o histórico statu quo no Haram Al Sharif (Monte do Templo), de palavra e na prática", destacou Kirby.
Mais cedo, o rei Abdullah da Jordânia advertiu Israel contra qualquer nova provocação na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.
"Qualquer nova provocação em Jerusalém afetará as relações entre Jordânia e Israel (...) A Jordânia não terá outra saída a não ser tomar medidas, lamentavelmente", advertiu em inglês o rei diante dos jornalistas presentes após um encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
A Jordânia é a guardiã da Esplanada das Mesquitas segundo o "status quo" de 1967.
Aumento das visitas dos não muçulmanosAs visitas de não muçulmanos ao local aumentam durante as férias judaicas, com cerca de 650 visitantes registrados no domingo, segundo a polícia. Outras 500 pessoas foram ao local na segunda-feira entre as 07H30 e as 11H00, o horário de visitas.
As cerimônias do Ano Novo Judaico (Rosh Hashanah) começaram no domingo à noite e devem terminar na terça-feira.
O ministro da Agricultura israelense, Uri Ariel, de ultra-direita, estava entre os ativistas que visitaram o local no domingo, segundo a imprensa.
O ministério da Defesa decidiu proibir a entrada no local dos grupos muçulmanos Murabitat e Murabitun - que afirmam defender a Esplanada das Mesquitas - para proteger "a segurança do Estado, o bem-estar e a ordem pública".
Nos distúrbios de domingo, testemunhas afirmaram que a polícia entrou na mesquita de forma violenta e provocou danos. A polícia alega que se limitou a fechar as portas para evitar que as pessoas que estavam do lado de dentro atirassem pedras e outros objetos.
As forças de segurança israelenses já haviam usado a mesma tática no ano passado para tentar restabelecer a calma, entretanto de forma breve a mesquita.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou a ação da polícia israelense no domingo, ao recordar que locais como Al-Aqsa constituem uma "linha vermelha".
"Não permitiremos ataques contra nossos locais sagrados".
Netanyahu respondeu também no domingo.
"É nossa responsabilidade e nosso direito atuar contra os agitadores para permitir a liberdade dos fiéis neste local sagrado".
Israel conquistou Jerusalém Oriental, onde fica a Esplanada das Mesquitas, durante a guerra dos Seis Dias de 1967 e mais tarde a anexou a seu território, uma medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.
A polícia afirmou nesta segunda-feira as pedras atiradas por manifestantes podem ter provocado um acidente de carro que matou um motorista perto de um bairro palestino de Jerusalém.
Netanyahu também convocou uma reunião de emergência de seu gabinete para terça-feira, com o objetivo de tentar acalmar a situação, segundo uma fonte do governo.
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