Coreia do Norte anuncia teste com motor de míssil intercontinental

  • Agência Central de Notícias da Coreia/Reuters

    9.abr.2016 - A Agência Central de Notícias da Coreia, órgão de comunicação oficial do governo, divulgou uma foto, cuja data não informada, de um teste nuclear

    9.abr.2016 - A Agência Central de Notícias da Coreia, órgão de comunicação oficial do governo, divulgou uma foto, cuja data não informada, de um teste nuclear

A Coreia do Norte anunciou neste sábado ter testado com sucesso o motor de um míssil intercontinental (ICBM), que "garantirá" sua capacidade de realizar ataques nucleares contra os Estados Unidos.

Com o novo motor, a Coreia do Norte pode "dotar seus foguetes balísticos intercontinentais de um novo tipo de míssil", capaz de transportar "as ogivas nucleares mais poderosas" e alcançar "o território continental dos Estados Unidos", afirmou o chefe de Estado, Kim Jong-Un, citado pela imprensa oficial do país.

A agência estatal KCNA destacou que Kim Jong-Un ordenou e supervisionou pessoalmente o teste.

Este "grande êxito garante" à Coreia do Norte "lançar um ataque nuclear contra os imperialistas americanos e outras forças hostis", afirmou o dirigente, segundo a agência.

O principal jornal norte-coreano, o Rodong Sinmun, publicou neste sábado fotografias de Kim durante a supervisão do teste do motor e informou que o mesmo aconteceu no centro espacial de Sohae.

Uma das fotos mostra o líder norte-coreano em uma torre de observação. Outra imagem mostra as chamas abaixo de um motor instalado verticalmente.

Este é o mais recente de uma série de anúncios em tom espetacular do governo de Pyongyang sobre seus programas nucleares e de mísseis.

Analistas de inteligência e da área aeroespacial observam com ceticismo alguns destes anúncios, que atribuem à propaganda prévia ao congresso do partido único norte-coreano, previsto para maio.

A Coreia do Norte afirma ainda ter reduzido bombas nucleares para colocá-las em ogivas de mísseis e que desenvolveu a tecnologia necessária para o reingresso controlado destas ogivas à atmosfera.

A tensão é cada vez maior na península coreana desde o quarto teste nuclear realizado pela Coreia do Norte em janeiro, que foi seguido em fevereiro pelo lançamento de um foguete, que os analistas estrangeiros consideram que foi na realidade um teste de míssil de longo alcance.

Em represália, o Conselho de Segurança da ONU adotou em março novas e mais duras sanções contra Pyongyang, incluindo restrições ao comércio marítimo e às exportações de minerais, assim como a proibição de obter combustível para aviões e foguetes.

Primeiro congresso em 36 anosNeste contexto, o Partido dos Trabalhadores, que governa o país, celebrará um congresso em 7 de maio.

Este será o primeiro congresso do partido em 36 anos e é considerado uma vitrine para o regime exibir suas conquistas e consolidar a unidade nacional ao redor de Kim.

"Kim mostra seus êxitos no âmbito militar para consolidar a lealdade antes do congresso, e isto apesar das dificuldades econômicas crescentes após as sanções da ONU", afirmou à AFP o professor Yang Moo-jin, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos.

De acordo com analistas, Pyongyang poderia executar um quinto teste nuclear antes do congresso.

A Coreia do Norte anunciou em janeiro ter realizado com sucesso o primeiro teste com uma bomba de hidrogênio, muito mais potente que a bomba atômica comum, mas o anúncio foi recebido com ceticismo pela comunidade internacional.

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