Presidente eleito das Filipinas promete restabelecer pena de morte

Em Davao

  • Ted Aljibe/AFP

    O presidente eleito das Filipinas, Rodrigo Duterte, mostra documento durante coletiva em Davao

    O presidente eleito das Filipinas, Rodrigo Duterte, mostra documento durante coletiva em Davao

O presidente eleito das Filipinas, Rodrigo Duterte, prometeu neste domingo (15) restabelecer a pena de morte e ordenar às forças de segurança que atirem para matar em sua luta contra o crime.

"Pedirei ao Congresso que restabeleça a pena de morte por enforcamento", afirmou Duterte, em coletiva de imprensa em Davao, a cidade do sul da qual é prefeito.

Ele disse ainda que dará ordens às forças de segurança para que disparem para matar em operações contra o crime organizado e contra aqueles que resistirem violentamente à prisão.

"Se alguém resistir, ou mostrar uma atitude violenta de resistência, minha ordem à polícia (será) atirar para matar. Atirar para matar o crime organizado. Ouviram isso? Atirar para matar contra todo crime organizado", completou.

O presidente acrescentou que o governo vai recrutar talentosos franco-atiradores para atuarem em sua campanha contra os criminosos.

Duterte, de 71 anos, voltou a defender a necessidade de que a pena capital volte a ser aplicada contra uma variedade de crimes - em especial, drogas, estupro, assassinato e roubo.

A pena de morte foi abolida no país em 2006, durante a presidência de Gloria Arroyo.

Acusado de ter criado esquadrões da morte que causaram mais de mil mortos, ele prometeu erradicar a criminalidade em seis meses.

Por suas grosserias, palavrões e piadas de mau gosto sobre os estupros, junto com sua impulsividade (ameaçou romper com Sydney e com Washington), chegou a ser comparado com Donald Trump, pré-candidato republicano à Casa Branca.

Em uma de suas declarações polêmicas, afirmou que 100 mil pessoas vão morrer, e muitos desses corpos serão lançados na baía de Manila para que "os peixes engordem, alimentando-se deles".

Por mais de 20 anos prefeito de Davao, ele garantiu sua vitória nas eleições com uma insuperável vantagem de 6,1 milhões de votos sobre seu rival mais próximo, o candidato governista Mar Roxas.

Três décadas depois da revolução que expulsou o ditador Ferdinand Marcos do poder, os opositores de Rodrigo Duterte advertiram sobre o risco de que sua eleição acarrete uma nova época convulsionada para as Filipinas.

Segundo Duterte, para acabar com a pobreza, deve-se erradicar o crime. E, para isso, é preciso transpor uma Justiça ineficaz e corrupta e ordenar às forças de segurança a eliminação dos criminosos.

"Esqueçam as leis sobre os direitos humanos!", gritou em seu último comício.

Apesar de um crescimento econômico médio anual de 6% nesses últimos anos, mais de um quarto da população se encotnra abaixo da linha da pobreza, ou seja, a mesma proporção que seis anos atrás.

Há três décadas, o arquipélago foi liderado, tanto em nível local quanto nacional, por clãs familiares apoiados por importantes empresários. Esse sistema aprofundou ainda mais as diferenças entre ricos e pobres.

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