Mais cinco corpos foram encontrados em Sapucaia-RJ
Cardoso Moreira, Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaperuna, Italva e Miracema estão em estado de emergência. As rodovias BR-393 (antiga Rio-Bahia) e Via Dutra estão com trechos parcialmente interditados por conta de quedas de barreiras. Em Campos, a BR-356 continua interditada no km 120 por conta da cratera, que se abriu na pista e alagou o bairro de Três Vendas.
Depois da tragédia, o governo do Estado anunciou que vai investir nos próximos anos, em parceria com a União, cerca de R$ 950 milhões em três projetos. Serão destinados R$ 350 milhões para obras no Rio Muriaé (no noroeste do Estado), R$ 300 milhões para a Bacia do Rio Alcântara (região metropolitana) e R$ 300 milhões para a recuperação de diques e canais de Campos (norte do Rio).
Em Sapucaia, o dia hoje foi dedicado ao trabalho das equipes de resgate e aos enterros das vítimas. Os corpos resgatados hoje foram parcialmente identificados como Lívia Gomes, de 22 anos, Glória Nascimento, de 72, uma mulher de 40 anos e dois homens ainda não identificados, sendo que um deles tem uma perna amputada.
O pequeno cemitério de Jamapará não estava preparado para receber tantos enterros. Vanderlei Serafim de Carvalho perdeu o filho, a irmã, o sobrinho e o cunhado no deslizamento e construiu os túmulos com a ajuda de amigos. Os velórios atraíram cerca de 200 pessoas. Até o início da noite de hoje, o funcionário da Prefeitura de Sapucaia Francisco Edézio Lopes, de 46 anos, a mulher dele e as duas filhas do casal, que estariam em um Fusca levado pelo deslizamento, não haviam sido localizados pelas equipes de resgate.
O secretário de Defesa Civil, Sérgio Simões, afirmou que os moradores garantem que 11 pessoas ainda estão desaparecidas e que o número de mortos na cidade pode subir para 20. Um dos desaparecidos é o atendente de posto de gasolina Pablo Antônio de Carvalho, de 28 anos, que gritou por socorro das 3h30, quando foi soterrado pela avalanche, até às 7 horas, mas não conseguiu ser localizado pelos vizinhos. Os deslizamentos se agravaram na região serrana. Em São José do Vale do Rio Preto, o coordenador da Defesa Civil municipal, Marcelo Bodart, disse que houve incidentes em vários pontos da cidade. "Ainda não houve vítimas fatais. No entanto, as chuvas previstas para os próximos dias preocupam,", afirmou.