Ônibus da Cristolândia resgata 114 viciados
Alertado pela reportagem, Machado justifica a postura dos PMs. "Foi por causa de uma briga de rua", observa, sem dar tanta importância ao fato. Assim segue, noite adentro, a chamada Trans-Cristolândia: despolitizada, pragmática, com mais de 40 missionários evangélicos que se juntaram dentro de um ônibus com o objetivo de retirar das ruas 200 usuários de crack ao longo da semana. Na base do sopão e ao som de pagode. Ou melhor: do praGod, nome que deram aos hinos evangélicos em ritmo de samba.
Até ontem, com suas incursões noturnas no ônibus pintado de preto, o grupo já havia retirado das ruas 114 pessoas desde terça para enviar a centros no interior e na Grande São Paulo. Outras 60 seriam mandadas nos próximos dias para iniciar a primeira fase do processo de desintoxicação. Foram servidos 400 cafés da manhã e 400 almoços.
Por outro lado, no Complexo Prates, da Prefeitura, havia anteontem 68 adultos dormindo, em abrigo onde cabem 120 pessoas. "Fui no Complexo da Rua Prates e até me senti mal com a grande quantidade de seguranças de terno na porta de entrada", diz o pastor. De fato. A reportagem esteve no local na sexta-feira: havia oito seguranças de terno e radinhos. Acabou sendo barrada na entrada.
A eficiência das abordagens e do tratamento chama a atenção de outras religiões. Na Paixão de Cristo, organizada na Semana Santa pelo padre Julio Lancellotti, os evangélicos da Cristolândia animaram toda a via-crúcis com seu praGod. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.