"Que sua morte não tenha sido em vão", diz mãe em enterro de publicitário morto por PMs

Em São Paulo

  • Mauricio Camargo/Futura Press

    Amigos e familiares comparecem a enterro do publicitário no cemitério Gethsemani, na zona sul de São Paulo

    Amigos e familiares comparecem a enterro do publicitário no cemitério Gethsemani, na zona sul de São Paulo

O enterro do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39, realizado às 10h desta sexta-feira no Cemitério Gethsemani, na Vila Sônia, zona sul da cidade, foi marcado por protestos de parentes e amigos pela forma com a qual ele foi morto. Aquino foi baleado por policiais militares na noite de quarta-feira, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital, após supostamente ter fugido de uma blitz.

"Que a sua morte não tenha sido em vão", disse a mãe do publicitário, a empresária Carmen Sacramento, no momento em que o filho era sepultado. "Faça-se justiça, faça-se segurança. Nossos filhos precisam de um mundo melhor", desabafou. "Eu tenho netos, crianças que ainda estão crescendo. Nós não temos segurança nenhuma, temos medo da polícia", disse.

O pai da vítima, José Rubens Prudente de Aquino, também pediu justiça. Ele culpou o governo do Estado e a Secretaria Estadual de Segurança Pública pela morte do filho. "Não se pode ter alguém tão incompetente em uma administração", disse. Eles (o governo) botam pessoas que não estão à altura da obrigação que lhes é atribuída, gente que não tem preparo". Amigos e parentes do publicitário disseram que pretendem iniciar um campanha contra a impunidade.

Veja imagens da perseguição

Pouco antes do enterro, os presentes fizeram uma homenagem ao publicitário, colocando bandeiras com mensagens de despedida ao redor do túmulo. Elas foram dispostas em formato de coração.

Equívoco

O publicitário Ricardo Prudente de Aquino foi morto depois de uma abordagem equivocada de três policiais militares, na Avenida das Corujas, próximo à Praça do Pôr-do-Sol. De acordo com a PM, o publicitário foi baleado porque os homens confundiram o celular que carregava com uma arma. A Polícia, que se desculpou com a família da vítima, afirma que ele deixou de parar em uma blitz, motivo pelo qual foi perseguido.

Aquino não tinha antecedentes criminais e não foram encontradas armas em seu Ford Fiesta - apenas 50 gramas de maconha. Os três policiais envolvidos na ação, com idades entre 26 e 30 anos, foram presos em flagrante e levados ao Presídio Militar Romão Gomes, no Tremembé, zona norte da capital. Eles responderão por homicídio doloso - com intenção de matar. O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros).

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