Risco de abismo fiscal nos EUA derruba Bovespa
Os mercados estão preferindo olhar o copo como "meio vazio" do que como "meio cheio". Isso tira o peso dos dados bons divulgados na China e o coloca mais uma vez na preocupação com o abismo fiscal nos Estados Unidos.
Além disso, o risco de recessão na França, a segunda maior economia da zona do euro, neste final de ano e a indefinição com Grécia também turvam a sexta-feira. Sem contar a Espanha, que resiste em pedir ajuda financeira. A maior aversão a risco dá prosseguimento à corrida pela segurança do ouro, que opera em alta. O contrato do ouro para dezembro subia 0,41%, a US$ 1.7331 a onça-troy.
"Os números bons da China ficaram em segundo plano, embora fosse de se imaginar que isso pudesse trazer uma pontinha de otimismo ao Brasil. Mas os investidores estão mesmo preocupados com o abismo fiscal dos EUA e também não gostaram de saber que a França pode entrar em recessão", disse um operador nesta sexta-feira.
Segundo esse operador, está havendo uma debandada de estrangeiros da Bovespa e isso ameaça inclusive colocar o índice abaixo dos 57 mil pontos. "Não há compradores locais e os investidores estrangeiros estão vendidos", comentou.
No front corporativo, um dos destaques devem ser as ações da OGX, que teve um terceiro trimestre negro, com aumento de aumento de 1.226% no prejuízo líquido da empresa. As ações ON da empresa já derreteram quase 65% este ano.
O Banco Central da França disse esperar que o país entre em recessão no fim de 2012, o que deve dificultar a missão do governo de reduzir a dívida do país. A estimativa é de queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,1% no terceiro e quarto trimestres deste ano.
A notícia somada ao problema fiscal americano minam as forças da bolsas europeias, que operavam em queda às 9h45: Londres -0,44%; Paris -0,18%; Frankfurt -0,93%. Madri -1,05%; Milão -0,66%;
Os sinais favoráveis da economia chinesa não conseguiram animar nem as bolsas asiáticas, que fecharam no vermelho, com Hong Kong em baixa de 0,85%; Xangai Composto -0,1% ; Tóquio -,090%; Seul -0,52%. Na China, a produção industrial subiu 9,6% em outubro ante alta de 9,2% registrada em setembro e acima da estimativa de alta de 9,4%. As vendas no varejo aumentaram 14,5% no mês passado ante +14,2 no mês anterior. Já a inflação ao consumidor subiu menos que o estimado em outubro, em +1,7% ante previsão de +1,9%. As vendas de imóveis cresceram 5,6% nos primeiros dez meses do ano.
No Brasil, o IGP-M de novembro mostrou deflação de 0,19% na primeira prévia, após subir 0,31%, em igual prévia do mesmo índice no mês passado. A taxa ficou dentro das estimativas e pior que a mediana de -0,12%.