Assassinos de sem-terra são condenados no PR
Sebastião foi assassinado com um tiro de escopeta na nuca a menos de um metro de distância, depois de não ter cumprido uma ordem de pistoleiros da região para se agachar, pois sofria de um problema cervical que o impedia. Os acusados, porém, poderão recorrer da sentença em liberdade.
Os outros acusados: Augusto Barbosa da Costa e Marcos Prochet, ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), acusado de disparar o tiro fatal no idoso, serão julgados no início do próximo ano. "Haverá designação o mais rápido possível de um outro júri, possivelmente para o início do ano que vem, julgando os outros dois acusados", afirmou o juiz Daniel Avelar, em nota divulgada pela organização Terra de Direitos.
A forma como o crime foi praticado, além da demora no julgamento, levou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos a responsabilizar o Brasil pelo crime, em 2011, após ler relatórios e detalhamentos da operação que envolveu cerca de 30 jagunços que fizeram despejos ilegais de sem-terra na região noroeste.
Segundo relatos da Organização Terra de Direitos, no dia 7 de fevereiro de 1998, um grupo de 30 pistoleiros vestidos de preto obrigaram 70 famílias a deitar com o rosto voltado para o chão. Nesse instante, Sebastião ficou impedido por causa de seu problema e foi executado.
Os quatro envolvidos na morte de Sebastião integravam um grupo que à época era financiado, conforme denúncias de organizações de direitos humanos, pela UDR e têm ligações com as mortes dos sem-terra Sétimo Garibaldi (1998), Sebastião Maia (1999), Eduardo Anghinoni (1999) e Elias Meura (2004).