São Paulo terá nova tarifa de ônibus no 1º semestre, diz Haddad
Em São Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), declarou nesta segunda-feira (14) que a prefeitura deve aumentar a tarifa de ônibus (atualmente em R$ 3) possivelmente no primeiro semestre do ano.
"Apesar do fato de toda a região metropolitana ter reajustado, nós estamos fazendo os estudos, porque temos uma licitação no meio do ano. Não quero tomar nenhuma decisão precipitada", disse após a abertura da 40ª Couromoda, maior feira do setor de calçados e artefatos de couro no Brasil, que ocorre até quinta-feira no Anhembi, em São Paulo.
Segundo Haddad, a intenção da prefeitura é que o reajuste seja inferior ao índice de inflação acumulado no período. "Sempre lembrando que o reajuste jamais será superior à inflação acumulada no passado. É compromisso de campanha", ressaltou.
O último reajuste de tarifa na cidade de São Paulo foi feito em janeiro de 2011, quando passou de R$ 2,70 para R$ 3,00. O aumento, de quase 11%, representou quase o dobro da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou 2010 em 5,91%.
Ainda na feira, Haddad disse que irá promover a revitalização do Parque de Exposições Anhembi, principal centro de exposições e feiras do país, mesmo se for construído o complexo de exposições de Pirituba, proposta da prefeitura para sediar a Expo 2020, maior feira de negócios do mundo - São Paulo concorre com outras cidades pelo direito de sediar o evento.
"Vamos retomar os investimentos no Anhembi, independentemente de outros equipamentos que venham a ser construídos", disse o petista. A gestão anterior, do prefeito Gilberto Kassab (PSD), previa que o Parque de Exposições do Anhembi fosse desativado com a construção do novo centro.
Entrevista
O prefeito foi entrevistado nesta manhã pela Rádio Jovem Pan, ocasião na qual declarou que vai continuar aumentando restrição à circulação de caminhões na cidade. Segundo ele, o transporte de cargas em São Paulo precisa receber um tratamento especializado. "Nós não temos hoje, na CET, uma diretoria especializada em cuidar desse tipo de transporte. A regra geral é de mais restrição ao transporte de cargas dentro da cidade."
Sobre o início do projeto de internação compulsória de dependentes químicos na Cracolândia, levado a cabo pelo governo estadual, Haddad disse que a ação não precisa da participação do poder judiciário, como está ocorrendo agora na região. Apesar disso, ele afirmou que a prefeitura vai apoiar a ação caso seja solicitada a ajuda pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.
União agiota
Na entrevista, Haddad ainda ressaltou que o governo federal age como "agiota" nos contratos da dívida com Estados e municípios e que, a partir da abertura do ano legislativo, em fevereiro, procurará os presidentes da Câmara e Senado para pedir a aprovação rápida do novo acordo - que prevê a mudança do indexador da dívida do atual IGP-DI mais 9%, no caso da capital paulista, para a Selic ou o IPCA mais 4%, o que for menor.
"Estarei com os presidentes das duas Casas para falar da importância de aprovar essa mudança ainda este ano. Para São Paulo, isso é da mais extrema importância porque a cidade sofre com esse acordo desde 2000", afirmo.
O petista elogiou a presidente Dilma Rousseff por "quebrar o tabu" e renegociar a dívida, proposta que tem como principal beneficiária a cidade de São Paulo.
Inspeção veicular
O prefeito indicou que terá como metas na Câmara Municipal aprovar a revisão do Plano Diretor, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e um novo Código de Obras.
Os primeiros projetos, porém, serão para atender promessas de campanha, como o fim da taxa de inspeção veicular. O petista disse ainda que encomendou estudo para a Secretaria de Finanças para saber quanto a cidade perde em arrecadação com a mudança do endereço de licenciamento de veículos para cidades da Região Metropolitana com o objetivo de fugir da inspeção veicular. "Parece que os números não são bons. São Paulo está perdendo recursos e piorando a qualidade do ar", afirmou.
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