Ivo nega ligação da morte de traficante com pleito
Em março do ano passado, Ivo acusou 2K e outras pessoas de terem invadido a quadra da escola de samba e impedido a eleição para a presidência da Verde e Rosa. "Não tem ligação com a eleição porque nenhum candidato tem perfil de assassino. Nós, lá atrás, denunciamos a invasão e demos nome aos bois. Mesmo assim, a imprensa dizia que houve uma 'suposta invasão' e que eles eram 'supostos traficantes'. Agora, as pessoas têm certeza que a invasão aconteceu e que o 'suposto traficante' era traficante. O fim de um traficante é ser preso ou morto, como ele (2K) foi", disse Meirelles, após depor na Divisão de Homicídios, no inquérito que apura a morte de 2K.
O sambista disse que está indignado com a decisão da Justiça de ter quebrado o sigilo bancário de suas seis contas correntes, num inquérito da 17ª DP, no qual ele foi indiciado por associação para o tráfico de drogas. "Não sou traficante, vivo de música, e estou presidente da Mangueira. Tenho 51 anos e faço música desde os 14", disse o músico, que não confirmou nem negou que vá concorrer à reeleição na Verde e Rosa.
Medo
Meirelles disse ainda que o Morro da Mangueira vive uma "caça às bruxas" desde o assassinato de 2K. Segundo o músico, cerca de 20 pessoas que trabalharam com ele na escola de samba abandonaram suas casas na favela, com medo de serem executadas. Horas após a morte de 2K, duas pessoas ligadas à escola foram mortas: Jefferson Fernandes de Oliveira, de 21 anos, integrante da bateria da escola, e Alan Carlos da Silva Sílvio, de 24 anos, que fazia o controle do acesso aos camarotes.
"Parece que na Mangueira há um pensamento de que eu estou por trás da morte do 2K, e estão fazendo uma caça às bruxas. Esse rapaz (Alan) foi um bode expiatório. São muitas vidas que não estão podendo voltar para suas casas por causa desse achismo. Não sou bandido, cara", disse. Em relação à morte do ritmista, Meirelles diz não saber o motivo do crime, pois não tinha ligação com a vítima. O sambista disse ainda que só não houve mais mortes de pessoas ligadas a ele porque no domingo estavam todos num bloco de carnaval fora da Mangueira.
Perguntado pela reportagem a respeito da investigação do Ministério Público Federal, que apura supostas irregularidades no uso de R$ 4,9 milhões do Ministério da Cultura via Lei Rouanet no carnaval da Mangueira de 2012, Ivo irritou-se: "você está atrasado no tempo. A gente não podia receber dinheiro federal porque a escola estava inadimplente com a Lei Rouanet. Se a Mangueira não recebeu nenhuma verba federal, a gente não podia pagar propina para ninguém do Ministério da Cultura".
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