Ações bancárias pressionam bolsas da Europa para baixo

Londres - As bolsas europeias fecharam a sessão com fortes quedas, pressionadas por ações de bancos e de telecomunicações, além de indicadores econômicos piores do que o esperado nos Estados Unidos. Também pesou sobre os índices a situação política em Portugal e na Itália. Além disso, analistas afirmam que alguns investidores aproveitaram as altas de terça-feira (02) para realizar lucros. Nem mesmo o anúncio de acordo do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o resgate ao Chipre animou os investidores, que preferiram a cautela à espera das decisões sobre juros dos bancos centrais da Europa. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia em baixa de 0,91%, aos 294,81 pontos.

Na quinta-feira (04), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra voltam a se reunir para decidir sobre o rumo dos juros. Por enquanto, prevalecem as previsões de que a taxa seguirá em 0,75% na zona do euro e em 0,50% no Reino Unido. Analistas, porém, voltam a citar a possibilidade de que novidades sejam anunciadas e cresce a corrente dos investidores que trabalham com a possibilidade de redução do juro do BCE como reação à deterioração das condições econômicas nas últimas semanas - como indicadores industriais fracos, crise no Chipre e eventual migração de depósitos bancários após a solução dada às instituições financeiras cipriotas.

Enquanto aguardam a decisão dos bancos centrais, o Chipre deu mais um passo na direção de uma solução para a crise. O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que chegou a um acordo com o governo de Nicósia para o crédito de 1 bilhão de euros da entidade como parte do pacote de resgate internacional concedido à ilha. Em contrapartida, o governo cipriota se comprometeu a aumentar os cortes de gastos públicos e os impostos para atingir um superávit primário de 4,0% do PIB até 2018.

As bolsas europeias, no entanto, sofreram pressão de dados econômicos dos EUA, que ficaram abaixo das expectativas, indicando que a economia norte-americana expandiu em um ritmo menor em março, o que aumentou o apetite dos investidores por ativos mais seguros. O índice de atividade do setor de serviços dos EUA, medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês), caiu em março para 54,4, de 56,0 em fevereiro. Analistas esperavam um recuo bem menor do índice, para 55,8. Além disso, o setor privado dos EUA criou 158 mil empregos em março, abaixo da previsão de 192 mil novas vagas.

A Bolsa de Lisboa foi o destaque da sessão, despencando 3,54% e fechando a 5.587,13 pontos. O índice PSI-20 chegou a cair mais de 4% em razão das incertezas políticas em Portugal. O governo enfrenta ainda hoje um voto de não confiança no Parlamento que, embora dificilmente seja apoiado, destaca a crescente oposição às medidas de austeridade no país. O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, também aguarda a decisão de uma alta corte sobre se cerca de 2,0 bilhões de euros dos 5,3 bilhões de euros em medidas de austeridade impostos neste ano são ilegais.

O índice FTSE-Mib da Bolsa de Milão também teve forte queda, perdendo 2,28% e fechando a sessão a 15.200,30 pontos, ainda sob pressão da situação política do país.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE caiu 1,08%, encerrando a sessão a 6.420,28 pontos. As ações da Evraz tiveram a pior performance, fechando com queda de 6,0%. A Vodafone recuou 3,1% após a Verizon Communications negar interesse em comprar a companhia.

O índice DAX da Bolsa de Frankfurt registrou baixa de 0,87%, fechando a 7.874,75 pontos. A ThyssenKrupp caiu 4%, seguida por Siemens e Deutsche Bank, ambos com desvalorização de 2,1%.

Em Paris, o índice CAC-40 recuou 1,32% e fechou a 3.754,96 pontos. O setor bancário puxou a queda, com Société Générale (-3.1%), Crédit Agricole (-2.6%) e BNP Paribas (-2%). A France Telecom caiu 4,4% após ser rebaixada por um analista.

E o índice IBEX-35 da Bolsa de Madri teve queda de 1,81%, a 7.904,30 pontos. A Bolsa de Atenas fechou o dia com forte queda de 2,2%, a 937,82 pontos, contagiada pelas perdas em outros mercados acionários europeus e pressionada, principalmente, pela forte retração das ações do setor bancário. As informações são da Dow Jones.

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