Secretaria de Educação e professores não chegam a acordo
Segundo a Apeoesp - principal entidade da classe, que conta com mais de 180 mil professores afiliados -, diante da falta de acordo, a greve dos docentes se estenderá "por tempo indeterminado". Para esta sexta-feira, 26, às 14h, está prevista uma assembleia no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Em seguida, os professores planejam partir em passeata pela via. A paralisação das atividades por parte dos docentes desde a última segunda-feira, 22, coincidiu com o anúncio, antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo, da ampliação do reajuste salarial deste ano, de 6% para 8,1%, a partir do dia 1º de julho. Com o aumento, o reajuste escalonado até 2014 passará de 42,2% para 45,1%.
Os sindicatos, no entanto, reclamam que essa política não "repôs perdas salariais anteriores". Entre as principais exigências da Apeoesp está o reajuste de 36,74%. Os professores pedem também uma reforma no plano de carreira, o fim do desconto de faltas e licenças médicas na aposentadoria e um aumento imediato de 13,5%. "Isso sim é uma proposta de salário. O secretário fala de política salarial, mas em 2012 já era para a gente ter sentado, para ver perdas, mas a gente não sentou. É sempre o mesmo lero-lero", diz Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp.
Para o secretario estadual de educação, Herman Voorwald, não há a possibilidade de conceder um aumento superior ao proposto. "Não é possível aumentar a proposta de reajuste", diz Voorwald. O secretário ainda critica a forma como a greve foi conduzida e afirma que professores substitutos contratados desde março farão a reposição daqueles que aderirem à greve. "O orçamento do Estado é finito e tem de ser conduzido de forma responsável. No meu entendimento, política salarial significa recuperação do processo inflacionário, manutenção do poder de compra e ganho real em função da economia".
Segundo a Secretaria Estadual, a Apeoesp rejeitou proposta apresentada pelo secretário Voorwald de avaliar no segundo semestre a possibilidade, de acordo com as condições econômicas, de outro aumento salarial para os profissionais.
No 4º dia de greve dos professores, cerca de 35% dos docentes aderiram à paralisação, segundo a Apeoesp. O número é superior aos 25% de adesão no 1º dia e 30% na última terça-feira, dia 23 A contabilidade do sindicato, no entanto, é divergente das posições diárias apresentadas pela Secretaria Estadual de Educação. Segundo a pasta, até agora menos de 10% dos professores deixaram de ir ao trabalho. Em média, 5% já é o número de ausências regulares. Outros dois sindicatos de representação da classe consultados pela reportagem, o Centro do Professorado Paulista (CPP) e a Udemo - dos diretores -, não aderiam à greve convocada pela Apeoesp.
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Líder de Lula no Senado nega lista para PGR e elogia Aras: 'Prestou importante serviço'
- Caso Vaza Jato: juiz solta hacker que vazou mensagens de Moro e Deltan
- Gilmar desarquiva investigação sobre omissão de Bolsonaro e Pazuello na pandemia
- Eduardo Bolsonaro é alvo de ações por comparar professores a traficantes