Polícia vai investigar se explosão de casa foi criminosa
Em São Paulo
A Polícia Civil vai investigar se a explosão que soterrou quatro pessoas de uma mesma família nessa segunda-feira (19) na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, foi acidental ou criminosa.
Segundo testemunhas, o dono do imóvel mexia em um botijão de gás momentos antes da explosão. Todas as quatro vítimas foram resgatadas com vida.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública informou que o 45.º DP (Brasilândia) será o responsável por apurar as causas do incêndio.
Os vizinhos ouviram um estrondo às 7h30 dessa segunda. Familiares acreditam que havia ao menos oito botijões de gás na residência, onde moravam oito pessoas, em dois andares e uma edícula.
Com a explosão, garrafas PET foram lançadas do primeiro andar da casa e cobriram os telhados vizinhos. O material era guardado pelo dono do imóvel, que, segundo vizinhos e parentes, havia ameaçado matar a família em outras ocasiões. Segundo testemunhas, ele furou um botijão com um objeto e disse que "todos iriam morrer".
Resgate
O primeiro a ser salvo foi um garoto de 10 anos que tem paralisia cerebral e estava em uma cama. Ele teve um machucado leve na boca e fratura em uma das pernas.
O dono do imóvel, Edízio do Carmo Silva, de 53 anos, foi retirado com queimaduras de terceiro grau em 30% do corpo e está internado em estado grave no Hospital das Clínicas.
O menino Juliano do Carmo Silva, de 1 ano e 3 meses, foi resgatado ileso, após a explosão. A mãe do bebê, Jaqueline Rodrigues do Carmo Silva, de 19 anos, foi a última a ser retirada dos escombros pelo Corpo de Bombeiros, após cinco horas e meia.
O resgate da jovem, que estava no primeiro andar da casa, foi o mais complexo, um muro havia ficado por cima dela e existia o risco de outra parede desabar. Ela reclamou de dores em uma das pernas, que não podia mexer. "A família nasceu de novo", disse o ajudante-geral Adilson do Carmo Silva, de 26 anos, marido de Jaqueline e filho de Edízio.
O pedreiro Carlos Rodrigues, de 40 anos, que morava no segundo andar com mais dois filhos e a mulher, filha de Silva, disse que estava saindo de casa quando ouviu um forte estrondo.
"Eu saí correndo e fui resgatar meu filho", disse. O menino de 10 anos que tem paralisia não fala nem pode andar. Até a noite dessa segunda, sete casas vizinhas estavam interditadas pela Defesa Civil. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".