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Pezão deve manter Beltrame na Secretaria de Segurança do Rio

Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, na favela da Mangueirinha, em Duque de Caxias - Fernando Frazão/Agência Brasil
Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, na favela da Mangueirinha, em Duque de Caxias Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Rio

31/10/2014 08h22

Falta só o governador do Rio de Janeiro anunciar. Em 2015, o gaúcho José Mariano Beltrame vai continuar como secretário estadual de Segurança. Reeleito, Luiz Fernando Pezão (PMDB) já havia deixado claro o interesse em manter o delegado de Polícia Federal à frente da pasta, historicamente uma das mais delicadas e importantes. Mesmo após quase oito anos no cargo, Beltrame está disposto a ficar --e para isso tem se reunido com Pezão, que fará o anúncio oficial em novembro.

Neste mesmo mês, mas em 2006, tocou o telefone na casa de uma tia do delegado, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Na linha, o recém-eleito governador Sérgio Cabral (PMDB): "Beltrame, você topa ser o secretário estadual de Segurança?" "Claro que topo." O diálogo está relatado na biografia do secretário, "Todo dia é segunda-feira".

Pezão sempre afirmou querer a continuidade de Beltrame, de quem se tornou amigo pessoal, mas reconhecia o "cansaço" do delegado após tantos anos no cargo --um recorde. "É desconfortável estar impedido de caminhar como um cidadão comum", disse o secretário no livro. Beltrame não tirou férias - no máximo, uma semana ou um fim de semana prolongado.

Segundo fontes ligadas ao secretário e a Pezão, Beltrame vai continuar. Oficialmente, o gaúcho é mais cauteloso, embora deixe transparecer o futuro. "O governador tem um tempo para fazer isso (anunciar o secretariado) e estamos vendo como podemos colaborar", afirmou nesta quinta-feira (30). ""Na hora certa, ele (Pezão) vai se manifestar."

Beltrame quer questões "alinhadas" com Pezão. Além da ampliação dos investimentos em segurança e a necessidade de chegar com o "social" nas comunidades pacificadas, ele tem feito reuniões com sua equipe para descobrir a "nova UPP": um projeto que tenha o mesmo impacto que tiveram as Unidades de Polícia Pacificadora.

Política

"Convidado" publicamente pelo candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB) para assumir cargo no governo federal caso fosse eleito, o gaúcho negou nesta quinta ter recebido qualquer convite da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT). No ano passado, o PMDB queria lançá-lo como candidato a vice. Avesso ao "jogo político", ele não é filiado a nenhum partido e tem Santa Maria como domicílio eleitoral.

Pezão quer que o secretário continue pelo menos até as Olimpíadas e os Jogos Paralímpicos de 2016. Antes disso, Beltrame terá pela frente um dos momentos mais delicados das UPPs. Neste ano, os confrontos aumentaram nas principais comunidades "pacificadas" e seis PMs de UPPs foram assassinados. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".