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Exército relata ataques de criminosos no Complexo da Maré

Amigos mostram camisa ensanguentada do um mototaxista Fábio da Silva de Barros, 28 - Fernando Quevedo / Agência O Globo
Amigos mostram camisa ensanguentada do um mototaxista Fábio da Silva de Barros, 28 Imagem: Fernando Quevedo / Agência O Globo

Do UOL, no Rio

08/04/2014 09h38

O Comando Militar do Leste informou nesta terça-feira (8) que os militares que atuam na ocupação do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, sofreram ataques de criminosos durante a noite de segunda-feira (7).

Em um dos atendados, um mototaxista identificado como Fábio da Silva de Barros, 28, foi atingido pelas costas. Ele foi encaminhado ao hospital Souza Aguiar, na zona portuária, e ainda não há informações sobre o seu estado de saúde.

O tiroteio ocorreu na avenida do Canal 2, nas imediações do acesso da avenida Brasil, na altura da comunidade Vila dos Pinheiros. Segundo o Exército, os disparos foram realizados contra os militares por homens que estavam em um automóvel que seguia pela avenida Brasil. O mesmo grupo também efetuou disparos na altura da rua 14, na favela Vila do João, na Maré.

Também houve confronto entre supostos traficantes e homens do Exército na rua Principal, na comunidade Baixa do Sapateiro. Criminosos que seriam oriundos da favela limítrofe, Nova Holanda, dispararam contra os militares. O mesmo ocorreu no morro do Timbau. Não houve feridos.

Traficantes do Complexo da Maré vão ser monitorados

"(...) não foi possível realizar a detenção de nenhum integrante das organizações criminosas, tendo em vista que os mesmos realizavam os disparos e imediatamente se evadiam do local", informou o CML, em nota.

As Forças Armadas relataram ainda que houve duas manifestações de moradores e uma feita por motoboys --após Fábio da Silva de Barros ser baleado-- durante a noite de segunda. A última provocou a interdição de duas faixas da avenida Brasil no sentido zona oeste.

16 mortos em 15 dias

O conjunto de favelas foi ocupado no dia 30 de março pelas forças policiais do Estado. No último sábado (5), houve a troca de comando com a chegada do Exército às comunidades. Segundo o último balanço da Secretaria de Estado de Segurança Pública, em 15 dias de incursões da PM --realizadas antes da chegada das tropas federais--, 16 pessoas morreram na Maré.

Ao UOL, o general Francisco Modesto, comandante militar do leste e responsável pelos militares do Exército e da Marinha que atuam na Maré, disse que "o trabalho [da polícia] tira do caminho pessoas contrárias à lei e à ordem", em referência ao número de mortes que ocorreram nas recentes ações da PM na região.

No dia 26 de março, o chefe do tráfico na Maré, Marcelo Santos das Dores, o "Menor P", foi detido pela Polícia Federal em apartamento de classe média alta em Jacarepaguá, na zona oeste da capital fluminense.