"Somos País democrático; acabada a eleição, governamos para todos", diz Dilma
Depois de ouvir elogios do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD) e do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, Dilma pediu "tolerância e diálogo" em sua primeira agenda pública fora do Palácio do Planalto após as manifestações de domingo, 15. Ela participa da cerimônia de assinatura da ordem de serviço do BRT Norte/Sul, em Goiânia.
"Essa nossa parceria se dá acima das nossas diferentes filiações partidárias. Somos um País democrático, em que a gente disputa durante a eleição, mas, depois de eleitos aqueles que o povo escolheu, a gente passa a governar. Ele [Perillo] para toda a população de Goiás e eu para toda a população do Brasil", disse.
A fala da presidente responde aos recentes panelaços feitos em grandes cidades quando de pronunciamentos seus e aparições na TV dos ministros que fizeram a defesa do governo. As manifestações têm evidenciado a pouca disposição dos que protestam em ouvir o governo.
Dilma disse que os caminhos dela e de Perillo sempre se encontram porque eles são "republicanos e democratas" - pouco antes, Perillo havia discursado, exaltado, condenando as "intolerâncias e injustiças" contra a presidente e disse que, apesar de seu partido, o PSDB, ser de oposição, ele apoiava a legitimidade da reeleição da presidente.
"Temos noção da coisa pública e respeitamos uma coisa fundamentada neste País, conquistada com muito esforço, muita dor, num processo que muitas pessoas mais novas não viveram, conquistada apesar de prisões, exílios e mortos. Temos a obrigação de respeitar a democracia, em que há o direito de todos de falarem, de se manifestarem, mas há também o direito de todos serem ouvidos", disse a presidente.
"Por isso, peço tolerância e diálogo, porque o diálogo implica que a gente olhe o próximo."
Dilma falou ainda do projeto do BRT, que, segundo ela, vai atender à população de Goiânia e servirá para que as pessoas possam ter uma vida mais "digna". O projeto BRT Norte/Sul, parte do PAC Cidades, terá investimento de R$ 210 milhões do governo federal e uma contrapartida de R$ 130 milhões da prefeitura de Goiânia.
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