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Por fuzileiros, Itália convoca embaixador na Índia

17/12/2014 13h12

NOVA DÉLI, 17 DEZ (ANSA) - O ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, anunciou nesta quarta-feira (17) que convocará o embaixador do país em Nova Déli sobre o caso dos fuzileiros presos na capital indiana.   

"Em frente a uma atitude assim grave, o governo se reserva a dar os passos necessários para, urgentemente, convocar para consultas o embaixador italiano em Nova Déli, mesmo que isso não se trate de uma ruptura diplomática", destacou Gentiloni.   

Ontem (16), a Corte Suprema indiana negou o pedido de liberdade provisória para os fuzileiros navais Massimiliano Latorre e Salvatore Girone. O primeiro, que está na Itália recebendo atendimento médico, pediu uma prorrogação da permanência por questões clínicas. Já Girone desejava passar as festividades de Natal com sua família.   

Gentiloni pediu "equilíbrio necessário" para debater a questão, mas afirmou que "não há condições" para deixar que Latorre saia da Itália. "Não é um ato desafiador, nem uma vontade de entrar em confronto. Mas, um sereno e firme reconhecimento da situação", disse o ministro que é informado regularmente sobre o estado de saúde do militar.   

"Estamos desapontados e irritados com a decisão da Corte Suprema indiana sobre os dois fuzileiros. As nossas solicitações tinham caráter humanitário e nós esperávamos um resultado diferente", declarou a ministra da Defesa, Roberta Pinotti.   

Segundo Pinotti, Girone "está na Índia há quase três anos, a sua detenção cria desconforto e está no topo de nossos pensamentos.   

O governo colocará todas as medidas possíveis para remediar a situação".   

O ministro das Relações Exteriores complementou a afirmação de Pinotti ressaltando que nessa disputa estão em jogo "princípios inalienáveis de soberania internacional" e a Itália "tem a obrigação de reagir" sobre as decisões das autoridades indianas.   

Os fuzileiros são acusados de matarem dois pescadores locais em 12 de fevereiro de 2012, quando trabalhavam em um navio petroleiro da Itália. Os dois sempre disseram que mataram os pescadores para evitar um ataque pirata à embarcação.   

Atualmente, o procedimento penal contra eles está suspenso por ordem da própria Corte, que, em março passado, admitiu um recurso sobre a falta de competência da polícia antiterrorismo local para conduzir as investigações. (ANSA)
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