Polícia italiana desaloja imigrantes na fronteira com França
ROMA, 16 JUN (ANSA) - Em mais um capítulo da crise imigratória que atinge a Itália, agentes policiais realizaram na manhã desta terça-feira (16) uma operação para despejar dezenas de imigrantes ilegais que há dias vivem em uma região na fronteira com a França.
A operação começou por volta das 8h locais (3h de Brasília) e houve momentos de tensão quando alguns imigrantes resistiram aos policiais e as mulheres começaram a gritar. Os imigrantes foram colocados em ônibus da Cruz Vermelha com destino à estação de Ventimiglia. De acordo com a Cruz Vermelha, a situação está sob controle e os imigrantes estão tranquilos. "Estamos tentando fazer mediações e explicando aos imigrantes casados para onde seus parceiros foram enviados", relatou Fiammetta Cogliolo, membro da instituição. Na estação, foi montado um posto de exames médicos, com ambulâncias à disposição. Os imigrantes também receberão alimentação. Por sua vez, o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, criticou a crise imigratória e afirmou que "a cena de Ventimiglia é um soco no rosto da Europa e a prova de que os imigrantes não chegam à Itália para ficarem na Itália". O país serve como uma das principais portas de entrada para imigrantes na Europa, mas sofre diariamente com crises humanitárias e naufrágios no Mar Mediterrâneo. Há meses, o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi tenta fazer a União Europeia adotar medidas de responsabilidade compartilhada e ajudar a Itália. Uma das propostas é a redistribuição de imigrantes pelo continente. Nesta semana, dezenas de imigrantes estão na cidade de Ventimiglia com o objetivo de ultrapassar a fronteira com a França, mas estão impedidos devido ao Acordo de Dublin. Ontem, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que a Itália precisava "assumir suas responsabilidades" no caso dos imigrantes que chegam ao país.
"Desde o início do ano, recebemos cerca de oito mil pessoas e mandamos de volta para a Itália seis mil imigrantes. Eles não devem passar e é a Itália que tem que assumir a responsabilidade", ressaltou. A Alemanha, por sua vez, juntou-se à França para defender um controle das fronteiras. "Não é certo fechar as fronteiras entre a França e a Itália, mas há acordos na União Europeia que devem ser seguidos, como o Schengen e o de Dublin", disse o ministro do Interior da Alemanha, Thomas De Maiziere, em uma coletiva de imprensa com Cazeneuve.
O Acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre abertura de fronteiras e livre circulação. Já a regulamentação de Dublin permite que os refugiados peçam asilo somente aos países em que chegaram. Nesta terça-feira, ministros do Interior da União Europeia estão reunidos para discutir soluções para a crise. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A operação começou por volta das 8h locais (3h de Brasília) e houve momentos de tensão quando alguns imigrantes resistiram aos policiais e as mulheres começaram a gritar. Os imigrantes foram colocados em ônibus da Cruz Vermelha com destino à estação de Ventimiglia. De acordo com a Cruz Vermelha, a situação está sob controle e os imigrantes estão tranquilos. "Estamos tentando fazer mediações e explicando aos imigrantes casados para onde seus parceiros foram enviados", relatou Fiammetta Cogliolo, membro da instituição. Na estação, foi montado um posto de exames médicos, com ambulâncias à disposição. Os imigrantes também receberão alimentação. Por sua vez, o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, criticou a crise imigratória e afirmou que "a cena de Ventimiglia é um soco no rosto da Europa e a prova de que os imigrantes não chegam à Itália para ficarem na Itália". O país serve como uma das principais portas de entrada para imigrantes na Europa, mas sofre diariamente com crises humanitárias e naufrágios no Mar Mediterrâneo. Há meses, o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi tenta fazer a União Europeia adotar medidas de responsabilidade compartilhada e ajudar a Itália. Uma das propostas é a redistribuição de imigrantes pelo continente. Nesta semana, dezenas de imigrantes estão na cidade de Ventimiglia com o objetivo de ultrapassar a fronteira com a França, mas estão impedidos devido ao Acordo de Dublin. Ontem, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que a Itália precisava "assumir suas responsabilidades" no caso dos imigrantes que chegam ao país.
"Desde o início do ano, recebemos cerca de oito mil pessoas e mandamos de volta para a Itália seis mil imigrantes. Eles não devem passar e é a Itália que tem que assumir a responsabilidade", ressaltou. A Alemanha, por sua vez, juntou-se à França para defender um controle das fronteiras. "Não é certo fechar as fronteiras entre a França e a Itália, mas há acordos na União Europeia que devem ser seguidos, como o Schengen e o de Dublin", disse o ministro do Interior da Alemanha, Thomas De Maiziere, em uma coletiva de imprensa com Cazeneuve.
O Acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre abertura de fronteiras e livre circulação. Já a regulamentação de Dublin permite que os refugiados peçam asilo somente aos países em que chegaram. Nesta terça-feira, ministros do Interior da União Europeia estão reunidos para discutir soluções para a crise. (ANSA)
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