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Conheça histórias de dor e heroísmo do ataque em Nice

Área próxima ao local em que houve o ataque em Nice é tomada por homenagens  - REUTERS/Pascal Rossignol
Área próxima ao local em que houve o ataque em Nice é tomada por homenagens Imagem: REUTERS/Pascal Rossignol

Em São Paulo

15/07/2016 16h49

Ataques como o desta quinta-feira (14) em Nice, no sul da França, que matou pelo menos 84 pessoas, deixam não apenas um rastro de sangue, mas também inúmeras histórias de dor, sorte e heroísmo. Confira abaixo algumas delas:

O homem que morreu para salvar o filho que ainda não nasceu

Dono de uma tabacaria em Paris, Timothé Fournier, 27, estava nas comemorações pelo Dia da Bastilha ao lado da mulher, grávida de sete meses. Quando percebeu o caminhão vindo em sua direção, empurrou a esposa para a beira da rua e, poucos segundos depois, foi atingido em cheio. "Era um homem bom, um sonhador, sempre presente para a mulher e seu futuro menino", contou Anais, prima de Fournier.   

A mulher que escapou da morte e deu à luz

Fugindo do caminhão, uma grávida de nove meses se abrigou em um restaurante na Promenade des Anglais, o "Ruhl Plage", ao lado do marido, dos filhos e de dezenas de outras pessoas. Nervosa por conta do ataque, ela entrou em trabalho de parto.   

Quando as contrações aumentaram, garçons a levaram para a cozinha, onde tentaram criar um ambiente acolhedor. Segundo um de seus filhos, havia gente escondida por todos os lugares, até em cima das geladeiras.   

Por sorte, um médico estava no restaurante e auxiliou a mulher até a chegada das equipes de socorro, cerca de uma hora mais tarde. "Apesar de tudo, ficamos muito comovidos", contou o proprietário do "Ruhl Plage".   

O motociclista herói

O jornalista alemão Richard Gutjahr, 42, filmou um motociclista tentando impedir o ataque. O homem encostou sua moto ao lado do caminhão mas, quando ia descer, foi logo baleado pelo motorista e caiu no chão. 

O avô que sacrificou a perna pelos netos

O aposentado Gaetano Moscato, natural de Chiaverano, no norte da Itália, foi atingido pelo caminhão ao salvar os netos de 18 e 13 anos, que estavam na mira do veículo. O homem de 71 anos teve a perna esquerda amputada abaixo do joelho, mas escapou com vida. Ele segue internado em um hospital de Nice, e o prefeito de sua cidade, Maurizio Fiorentini, expressou a "mais profunda indignação" pelo ocorrido.   

A americana que presenciou dois ataques em sete dias 

Kirsten Crouch estava em Dallas na quinta-feira passada (7), quando cinco policiais foram mortos durante um ato em protesto contra os crimes raciais das forças de segurança dos Estados Unidos. Em visita a Nice para o casamento de um amigo, escapou do ataque se refugiando em um apartamento próximo à Promenade des Anglais. "É muito triste ter de escrever no Facebook que está em segurança duas vezes em uma semana", contou a americana em entrevista à "CNN".   

O herói armênio

O proprietário de um restaurante situado a 300 metros do local onde o caminhão foi bloqueado salvou diversas pessoas, incluindo crianças, puxando-as para dentro de seu estabelecimento. "Ele foi um herói, salvou várias pessoas que tinham sido derrubadas e pisoteadas pela multidão aterrorizada", conta Norberto, recepcionista de um hotel a poucos passos da Promenade des Anglais.   

No momento do ataque, ele comia no restaurante do armênio - que não foi identificado - com uma amiga húngara em uma mesa na calçada. "O dono nos pegou e nos arrastou para dentro do local", relata. Os clientes ficaram presos no estabelecimento por cerca de uma hora, até que a polícia os autorizasse a sair. "Foi terrível, mas poderia ter sido pior sem o espírito de pessoas como esse jovem", acrescenta Norberto.

O reencontro inesperado

Com a ajuda do Facebook, uma mulher de origem malgaxe conseguiu encontrar seu bebê de oito meses que havia perdido durante o ataque. Ela postou um apelo na rede social pedindo ajuda para achar seu filho, que estava em um carrinho azul. A criança foi localizada nesta sexta-feira (15) e entregue sã e salva para a mãe. 

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