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Após xingar Obama, presidente filipino manda UE 'se f**'

REUTERS/Lean Daval Jr
Imagem: REUTERS/Lean Daval Jr

Em Bangcoc

22/09/2016 12h51

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ofendeu a União Europeia durante um pronunciamento em Davao, no sul do país, na noite desta quarta-feira (21). Ao falar sobre as críticas do bloco europeu ao seu programa de combate ao tráfico de drogas, o mandatário mandou a UE "se foder".   

"Li a condenação da União Europeia contra mim. Digo a eles 'fuck you'. Só fazem isso para perdoar seus pecados", disse para a plateia da cidade que governou por 20 anos. O presidente chamou ainda os europeus de "hipócritas", falando sobre as atrocidades cometidas no passado contra os povos colonizados.

A resposta de Duterte foi causada por um documento no qual o Parlamento Europeu condenava "a onda de execuções extrajudiciais nas Filipinas". Segundo dados da UE, nos últimos três meses, 3,5 mil pessoas foram mortas por serem consumidores ou traficantes de drogas.

Desde que assumiu, em maio deste ano, Duterte implantou uma política de "tolerância zero" contra as drogas no país, permitindo a morte de pessoas suspeitas de ter algum tipo de relação com as substâncias proibidas - sejam usuários ou chefes de tráfico. Ele prometeu matar 100 mil criminosos no país, mas muitos opositores acusam Duterte de autorizar a morte de pessoas que apenas contestam seu trabalho - sem relação com as drogas.   

No início de setembro, o presidente filipino havia chamado seu homólogo norte-americano Barack Obama de "filho da puta", justamente, pelo mesmo problema. Duterte havia sido informado que Obama queria falar com ele sobre as mortes relacionadas ao tráfico de drogas, mas o mandatário disse que não aceitaria "interferências".

Poucos dias depois, o filipino chamou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, de "imbecil" por também criticar sua política contra as drogas. Quem também foi chamado de "filho da puta" por Duterte foi o papa Francisco por, durante sua visita às Filipinas, ter "complicado o trânsito".