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Cruzeiro com mais de 4.000 a bordo naufraga na Itália

14/01/2012 06h56

Um navio de cruzeiro que levava mais de 4.000 pessoas naufragou na noite desta sexta-feira na costa da Itália.

Inicialmente as autoridades locais divulgaram que pelo menos 6 pessoas haviam morrido, mas até o início da tarde deste sábado, somente três corpos haviam sido resgatados. Pelo menos 50 pessoas permaneciam desaparecidas.

O navio levava passageiros de dezenas de nacionalidades, incluindo cerca de 50 brasileiros. Segundo o consulado brasileiro em Roma, não há notícias de cidadãos brasileiros entre os mortos ou desaparecidos.

O navio Costa Concordia bateu num banco de areia próximo à ilha de Giglio e já havia inclinado cerca de 20 graus quando as pessoas começaram a deixar a embarcação em botes salva-vidas ou nadando.

Equipes de resgate, incluindo mergulhadores, fizeram buscas de cabine em cabine em busca de possíveis sobreviventes e navios da guarda costeira vasculham as águas ao redor do navio.

O navio levava cerca de 3.200 passageiros, principalmente italianos, alemães e franceses, além de cerca de mil funcionários.

Helicópteros foram usados para retirar ao menos 50 pessoas que se refugiaram no deck do navio e se encontravam em situação delicada.

Estrondo

O Costa Concordia havia deixado o porto de Civitavecchia, perto de Roma, na sexta-feira para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, que deveria terminar em Marselha, na França, após passar por portos da Sicília, da Sardenha e da Espanha.

Um passageiro, identificado como Luciano Castro, relatou à agência de notícias italiana Ansa que estava jantando na sexta-feira quando ouviu um grande estrondo, após o qual o navio começou a sofrer com problemas elétricos.

Outra passageira, Mara Parmegiani, afirmou à mídia italiana que houve "cenas de pânico" no navio.

"Estávamos muito assustados e congelando, porque aconteceu durante o jantar, então ninguém teve tempo de tomar mais roupas. Eles nos deram cobertores, mas não havia em quantidade suficiente", disse.

Dificuldades

Segundo afirmou à BBC um comissário do navio, Deodato Ordona, após o acidente os passageiros receberam a ordem de deixar a embarcação.

Segundo ele, houve dificuldades para lançar os botes salva-vidas ao mar e muitos passageiros pularam e nadaram os cerca de 400 metros de distância até a terra firme.

Os passageiros resgatados estão sendo acomodados em hotéis, escolas e em uma igreja em Giglio, que fica a 25 quilômetros da costa italiana.

A Costa Crociere, empresa proprietária do navio, afirmou que ainda é cedo para dizer o que causou o acidente.

"A inclinação gradual do navio tornou a retirada dos passageiros extremamente difícil", afirma um comunicado divulgado pela companhia. "A posição do navio, que está piorando, tornou mais difícil a última parte da retirada."