Síria 'fracassou em manter cessar-fogo', diz Ban Ki-Moon
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse, em carta ao Conselho de Segurança da organização, que a Síria não cumpriu suas obrigações determinadas por um plano de paz que previa a retirada de tropas e armamentos pesados de áreas urbanas.
Ele afirma que apesar de uma forte queda nos níveis de violência no dia 12 de abril, quando o cessar-fogo foi declarado, incidentes violentos voltaram a acontecer nos últimos dias e o número de vítimas subiu, levando à conclusão de que "o término da violência armada em todas as suas formas está, portanto, claramente incompleto".
Uma equipe de seis observadores chegou esta semana à Síria, como parte do plano de paz negociado pelo enviado da ONU Kofi Annan, mas Ban Ki-moon pediu ao Conselho de Segurança que o número de observadores no país seja ampliado para 300.
Ban também afirmou que os observadores foram impedidos de ir até a cidade de Homs, local que mais sofreu com a violência dos últimos meses entre militantes e forças do governo.
O governo sírio justificou a decisão dizendo que havia "preocupações com a segurança" da missão, mas que os observadores puderam se movimentar livremente durante a visita a Deraa.
'Oportunidade para progresso'
Apesar da gravidade da situação no país, Ban Ki-moon disse que "pode haver agora uma oportunidade para progresso".
O secretário-geral da ONU quer que novos observadores sejam enviados a dez localidades diferentes ao longo das próximas semanas. Analistas dizem que Ban espera que a simples presença dos observadores ajude a por fim à violência.
O plano de paz negociado por Kofi Annan previa a retirada das forças sírias de áreas residenciais, a libertação de prisioneiros políticos, a permissão para a realização de protestos pacíficos, um maior acesso à mídia e o início de um processo democrático de transição política.
O Conselho de Segurança se reúne ainda nesta quinta-feira para discutir um relatório de Annan, mas só deve votar uma nova resolução sobre a Síria na semana que vem.
Grupos de oposição sírios também têm um encontro marcado, em Paris, nesta quinta.
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