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Queda de avião no Egito: o que se sabe até agora

Premiê egípcio, Sherif Ismail, visita o local do acidente, na península do Sinai - Suliman el-Oteify/Associated Press
Premiê egípcio, Sherif Ismail, visita o local do acidente, na península do Sinai Imagem: Suliman el-Oteify/Associated Press

31/10/2015 16h41

Autoridades egípcias afirmam que um avião de passageiros da Rússia caiu na península do Sinai, matando 217 passageiros e sete tripulantes. A aeronave voava do resort de Sharm el-Sheik, no mar Vermelho, para São Petersburgo.

O Airbus A321, operado pela companhia russa Kogalymavia sob o registro KLG9268, decolou do aeroporto de Sharm el-Sheik às 5h58 (1h58 em Brasília) deste sábado (31).

O que aconteceu?

O avião desapareceu da tela do radar 22 minutos depois da decolagem, enquanto voava pela região central do Sinai. Ele estava a uma altitude de 9.450 metros, segundo um comunicado do Ministério de Relações Exteriores do Egito.

Um avião militar egípcio achou em seguida os destroços na área montanhosa de Hasana, a 35 quilômetros ao sul da cidade costeira de el-Arish, de acordo com o comunicado. Autoridades que foram ao local da queda disseram à "Reuters" que o avião se dividiu em dois, "uma pequena parte da cauda pegou fogo e uma outra parte maior bateu em uma pedra".

Mais de 50 ambulâncias foram enviadas ao local da queda. A correspondente da BBC no Cairo, Ranya Sabry, afirmou que havia corpos espalhados por uma área de dois quilômetros quadrados.

O que pode ter acontecido?

Adel Mahgoub, presidente da companhia que administra os aeroportos civis do Egito disse à agência de notícias Associated Press que o avião havia passado por uma revisão técnica no aeroporto de Sharm el-Sheik antes de decolar.

Ayman al-Muqadem, membro do Comitê de Incidentes da Aviação do Egito, disse à AP que o piloto havia comunicado dificuldades técnicas durante o voo antes de perder contato com os controladores de voo. O piloto afirmou que tinha a intenção de tentar pousar no aeroporto mais próximo.

O site de monitoramento de voos Flightradar24 disse que logo antes do sinal do avião sumir do radar a aeronave iniciou uma descida vertical de 1.830 metros por minuto. O grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico afirmou ter derrubado o voo KGL9268. A afirmação foi feita em um comunicado publicado no aplicativo de mensagens Telegram. A Rússia disse que a afirmação é falsa e que não haveria evidências de que o avião foi derrubado.

A queda aconteceu em uma área onde o governo do Egito está lutando contra insurgentes jihadistas, mas forças de segurança do Egito afirmaram à agência de notícias Reuters que não há indicativos de que o avião tenha sido abatido ou explodido.

Militantes da afiliada do autoproclamado Estado Islâmico na península do Sinai possuem lançadores de mísseis portáteis terra-ar. Porém um especialista em segurança da organização Manama Dialogue do Bahrain disse à BBC que o avião estava voando a uma altitude superior à capacidade desse armamento.

Quem são as vítimas?

O avião estava carregando 214 cidadãos russos e três ucranianos, segundo o governo egípcio. Dos 217 passageiros, 138 eram mulheres, 62 homens e 17 crianças. A Associação de Operadores de Turismo da Rússia (Ator) publicou em seu website uma lista que afirma ser dos nomes dos passageiros e da tripulação.

O que sabemos sobre o avião?

O A321 tem dois motores e uma autonomia de 7.400 quilômetros, segundo a Airbus. Ele pode levar até 220 passageiros. O A321 que caiu foi produzido em 1997 e acumulou 56 mil horas de voo, em 21 mil voos, segundo um comunicado da Airbus.

Desde 2012 o avião era operado pela Kogalymavia, uma companhia aérea baseada no oeste da Sibéria que também gere uma frota chamada Metrojet.