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Relembre desastres aéreos misteriosos

Belyakova Tatyana - 20.out.2015/TASS/Zumapress/Xinhua e Reprodução/Twitter
Imagem: Belyakova Tatyana - 20.out.2015/TASS/Zumapress/Xinhua e Reprodução/Twitter

19/05/2016 19h25

Uma grande operação de busca está em curso para encontrar o avião da EgyptAir que desapareceu sobre o mar Mediterrâneo.

O voo MS804 ia de Paris, na França, para o Cairo, com 66 passageiros a bordo. As causas do acidente ainda não foram identificadas, mas autoridades dizem que há fortes suspeitas de que o voo tenha sido alvo de extremistas.

Este não foi o primeiro avião a sumir sem deixar vestígios. Conheça a seguir outros misteriosos desastres de avião, recentes e históricos:

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Airbus A321 da Kogalymavia Airlines

sinai - EFE/EPA - EFE/EPA
Imagem: EFE/EPA

O avião da empresa áerea russa desapareceu dos radares 24 minutos após decolar do aeroporto da cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito, em 31 de outubro de 2015, enquanto sobrevoava a Península do Sinai.

Nenhum pedido de ajuda foi emitido, disseram na época as autoridades. Dados do site Flightradar24 mostraram que, pouco antes de sumir, a aeronave atingiu uma altitude de 10.060 m e depois começou a descer rapidamente. A velocidade da aeronave neste momento caiu para 170km/h, menos do que a necessária para um voo seguro.

Autoridades russas encontraram os destroços espalhados por uma área de 20 km², o que indica que ele se partiu enquanto ainda estava no ar. Nenhum dos 224 ocupantes sobreviveu.

A Rússia afirmou que a queda da aeronave seria um "ato terrorista", porque "traços de estrangeiros" teriam sido achados no que restou do Airbus. Autoridades americanas e britânicas indicaram que uma bomba teria sido plantada no avião.

Militantes de um grupo afiliado ao autodenominado Estado Islâmico assumiram a autoria, dizendo ter sido uma resposta aos ataques russos na Síria, mas não apresentaram provas.

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Voo QZ8501 da AirAsia

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Imagem: Yudha Manx/Reuters

O voo QZ8501 da AirAsia caiu no mar de Java, no Oceano Índico, próximo da ilha de Bornéu, pouco depois de deoclar em 28 de dezembro de 2014. Não houve sobreviventes.

O avião levava 162 pessoas de Surabaya, na Indonésia, para Cingapura. Após 40 minutos no ar, a aeronave teve sua comunicação com a torre interrompida.

A princípio, investigadores indicaram que o mau tempo poderia ter causado o acidente, mas, desde então, foi descoberto que um uma falha do avião e ações de sua tripulação contribuíram para o desastre.

Os destroços foram recuperados a cerca de 16 km da última localização conhecida do voo. Um total de 106 corpos foi encontrado.

Voo MH17 da Malaysia Airlines

mh17 - Michael Kooren/Reuters - Michael Kooren/Reuters
Imagem: Michael Kooren/Reuters

O MH17 foi abatido por um míssil sobre a Ucrânia em julho de 2014, matando as 298 pessoas que estavam a bordo. A aeronave voava entre Kuala Lumpur e Amsterdã e sobrevovou uma área de conflito entre tropas ucranianas e separatistas pró-Rússia.

Embora as investigações sobre o caso rapidamente tenham apontado que o jato de passageiros foi abatido, grande polêmica foi criada entre potências do Ocidente e a Rússia sobre a autoria do disparo.

Uma das versões que ganharam mais crédito foi a de que separatistas pró-Rússia teria usado um lançador de mísseis Buk russo para atingir o avião - que poderia ter sido confundido com uma aeronave militar ucraniana.

A Rússia afirmou por sua vez que o MH17 teria sido derrubado por um avião de caça ucraniano.

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Voo MH370 da Malaysia Airlines

mh370 - Yannick Pitou/AFP - Yannick Pitou/AFP
Imagem: Yannick Pitou/AFP

Em 8 de março de 2014, um voo da Mailaysia Airlines desapareceu enquanto viajava entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas abordo. O controle aéreo deixou de fazer contato com a aeronave cerca de uma hora após a decolagem. Nenhum pedido de socorro foi enviado.

As últimas palavras ditas pelo piloto ou copiloto foram: "tudo certo, boa noite" e logo depois o transponder, instrumento que emite sinais para o controle de voo, foi desligado.

As buscas começaram no Mar da China e no Vietnã, para onde o avião deveria ter se dirigido. Mas dados de radares militares sugeriram depois que ele mudou o curso para oeste - fazendo as buscas se concentrarem no mar a oeste da Malásia.

Autoridades passaram a suspeitar que a aeronave voou por horas sem comunicação.

Uma semana depois do desaparecimento, a área de busca chegava a inacreditáveis 3 milhões de milhas quadradas - estendendo-se do Cazaquistão ao sul do Oceano Índico.

Em 20 de março, prováveis destroços foram achados por satélites no mar a oeste da Austrália.

A região foi explorada por navios com poderosos sonares, em busca de caixas-pretas.

O mistério da localização dos restos do avião parecia estar perto de ser desvendado em julho do ano passado, com a descoberta de uma peça da aeronave na ilha de Reunião - a mais de 3.700 km do lugar em que estavam sendo feitas as buscas.

Investigadores franceses confirmaram que o flaperon - parte da asa - encontrado pertencia ao Boeing 777. Mas depois disso não houve mais grandes avanços nas buscas.

Em 27 de fevereiro deste ano, outro pedaço de uma aeronave foi encontrado em um banco de areia em Moçambique. O ministro dos Transportes da Malásia disse que havia uma "alta possibilidade" de o fragmento ser do avião da Malaysian Airlines.

Amelia Earhart

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Imagem: Albert Bresnik/AFP

Um dos desaparecimentos mais misteriosos de todos os tempos é o da norte-americana Amelia Earhart, a primeira mulher a cruzar sozinha o oceano Atlântico em um avião.

Em 1937, a aeronave que Earhart pilotava desapareceu próximo à ilha Howland, no oceano Pacífico, em meio a uma tentativa de dar a volta ao mundo.

Junto com Earhart, estava seu navegador, o capitão Fred Noonan.

Earhart foi declarada morta depois de dois anos de buscas por vestígios de destroços do seu bimotor, que nunca foram encontrados.

Voo 447 da Air France

air france - AP - AP
Imagem: AP

Quando o voo 447, que ia do Rio de Janeiro para Paris, na França, caiu em 2009, passaram-se cinco dias até que destroços fossem localizados e dois anos para que as caixas-pretas fossem encontradas - a uma profundidade de cerca de 4 mil metros.

Nenhum dos 228 passageiros a bordo do Airbus 330 sobreviveu. Investigadores franceses descobriram que o piloto automático havia sido desconectado, provavelmente depois que os instrumentos de velocidade foram congelados por cristais de gelo. Então, os pilotos embicaram o avião a ângulo no qual não foi possível manter a velocidade - o que acabou por estagnar a aeronave - apesar de um alerta sobre isso ter soado na cabine por cerca de um minuto.

A Air France negou as acusações.

Voo 990 da EgyptAir

Esse voo rotineiro entre Nova York, nos Estados Unidos, e a cidade do Cairo, no Egito, caiu no Atlântico em 31 de outubro de 1999, matando todas as 217 pessoas a bordo.

Como a queda ocorreu em água internacionais, a investigação coube às autoridades egípcias.

Depois de inicialmente pedir que autoridades de aviação dos Estados Unidos conduzissem as investigações em seu lugar, o Egito voltou atrás quando os americanos concluíram que o copiloto egípcio havia feito o avião cair de propósito porque ele havia sido repreendido recentemente pela empresa aérea por ter cometido assédio sexual. A investigação egípcia apontou uma falha mecânica como causa do desastre.

Star Dust

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Imagem: Força Aérea da Argentina/Reuters

Em agosto de 1947, um avião da empresa British Avro Lancastrian, conhecido como Star Dust (poeira estelar, em inglês), bateu em uma montanha nos Andes argentinos durante um voo de rotina entre Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile.

As buscas pelo avião não deram em nada. Logo surgiram teorias da conspiração que acusavam sabotadores e até mesmo aliens.

A especulação acabou 50 anos depois quando escaladores encontraram o que restava dos destroços. Especialistas concluíram que a tripulação ficou confusa diante do mau tempo e acidentalmente iniciou a descida cedo demais.

Voo 967 da Varig

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Imagem: Reprodução/Folha

Até hoje considerado um dos maiores mistérios da aviação brasileira, o desaparecimento do cargueiro da Varig, um Boeing 707, ocorreu em 30 de janeiro de 1979, 22 minutos depois da decolagem em Tóquio, capital do Japão, rumo ao Rio de Janeiro com seis pessoas e uma carga de 20 toneladas a bordo.

Foram oito dias de buscas, que não encontraram nada. Os investigadores concluíram que uma despressurização fez o 707 cair 45 minutos após decolar, em uma área de mar profundo, dificultando sua localização. Seis meses depois, os tripulantes foram declarados mortos.

Isso não impediu que a ausência de destroços alimentasse especulações sobre o que ocorreu, entre elas uma teoria da conspiração que dizia que o avião teria saído de sua rota e invadido o espaço aéreo soviético, onde teria sido abatido.

Voo 571 da Força Aérea uruguaia

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Imagem: Sobrevivientes de los Andes/LatinContent/Getty Images

Este foi outro avião que acabou vítima da combinação entre nuvens baixas e montanhas altas numa época em que a tecnologia da cabine ainda não era capaz de gerar informações precisas para os pilotos.

O voo 571 ia do Uruguai para Santiago, no Chile, quando perdeu ambas as asas ao bater no topo de uma montanha. Das 45 pessoas a bordo, metade sobreviveu não apenas ao impacto, mas também aos 72 dias em que ficaram isolados na montanha.

Uma equipe de resgate conseguiu salvar 16 deles, que admitiram ter recorrido ao canibalismo para sobreviver. Sua história foi contada no filme Vivos (1993).

Voo 800 da TWA

Voo 800 da TWA - Jeff Christensen/Reuters - Jeff Christensen/Reuters
Imagem: Jeff Christensen/Reuters

O voo 800 da Trans World Airlines saiu do aeroporto JFK, em Nova York, nos Estados Unidos, pouco depois das 20 horas de 17 de julho de 1996 e explodiu alguns minutos depois, matando todas as 230 pessoas a bordo.

O piloto de um outro voo enviou uma mensagem por rádio para o controle de tráfego aéreo dizendo: "Acabamos de ver uma explosão à frente... a cerca de 16 mil metros de altura ou algo assim. Acabou de cair na água".

Investigações apontaram um curto circuito no sistema elétrico do tanque de combustível de uma das asas como a causa da explosão. Os relatos de testemunhas levaram a diversas teorias da conspiração que, com o uso cada vez mais frequente da internet, convenceram a muitos de que o avião havia sido derrubado a tiros.

Essa teoria ganhou força depois de o jornalista Pierre Slainger, que foi secretário de imprensa do presidente John Kennedy, afirmar que um teste com mísseis havia causado a explosão, mas os documentos que ele apresentou como provas foram logo invalidados.

Lady Be Good

Lady Be Good - Reprodução/United States Air Force/Wikipedia - Reprodução/United States Air Force/Wikipedia
Imagem: Reprodução/United States Air Force/Wikipedia

Usado durante a Segunda Guerra Mundial, o avião de bombardeio Lady Be Good saiu em missão a Nápoles, na Itália, em abril de 1943 e nunca retornou à base na Líbia.

Na época, presumiu-se que o avião havia caído no mar Mediterrâneo. A tripulação de nove foi considerada "desaparecida em missão". Mas, na verdade, o avião não havia parado na sua base por conta de problemas técnicos. Havia, sim, voado por mais duas horas até o norte da África.

A tripulação pulou da aeronave usando paraquedas. Oito sobreviveram à descida e andaram 160 quilômetros em direção ao norte antes de sucumbirem ao calor e à falta de água.

O avião foi encontrado 15 anos depois em ótimo estado e com suas metralhadoras ainda funcionando.