Contra Trump, democratas se unem em convenção que deve chancelar Hilllary
A ex-secretária de Estado Hillary Clinton não é unanimidade entre os eleitores do Partido Democrata e enfrentou uma longa disputa com o senador Bernie Sanders para ganhar a vaga do partido na eleição presidencial em novembro.
Ainda assim, ela deve contar com um apoio massivo na convenção democrata que se inicia nesta segunda (25) e que deve oficializar sua candidatura. O motivo: o rival de Hillary na eleição em novembro, o empresário republicano Donald Trump, provoca calafrios em eleitores democratas de quase todos os matizes.
O próprio Sanders -- escalado para discursar na primeira noite da convenção -- disse que faria de tudo para que Hillary derrotasse o empresário.
"Enquanto Donald Trump está ocupado ofendendo mexicanos, muçulmanos, mulheres, afro-americanos e veteranos, Hillary Clinton entende que nossa diversidade é uma das nossas maiores forças", ele afirmou ao declarar seu apoio à candidata, há duas semanas.
Um dos principais objetivos do Partido Democrata na convenção será se apresentar como mais diverso e aberto que os rivais republicanos, aproveitando seu apoio entre minorias étnicas e sexuais e a mudança demográfica em curso nos Estados Unidos.
Segundo o Censo americano, até 2020 mais da metade das crianças americanas pertencerão a minorias étnicas, e até 2043 brancos deixarão de ser maioria na população geral.
Entre os convidados a discursar estão imigrantes latinos, mães de americanos negros mortos por policiais e ativistas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Também participação da convenção ou de eventos paralelos o rapper Snoop Dogg e as cantoras Lady Gaga e Demi Lovato, entre outras celebridades.
Tropeços de Trump
Se puder unir o partido em torno de si na Filadélfia, Hillary fará algo que Trump não conseguiu fazer na convenção republicana na semana passada, em Cleveland.
Ainda que tenha tido sua candidatura confirmada no evento, o empresário enfrentou momentos desagradáveis ao longo da semana e não contou com a presença de importantes líderes republicanos, como o ex-governador da Flórida Jeb Bush e o governador de Ohio, John Kasich.
Logo no início da convenção, delegados eleitorais contrários a Trump tentaram constrangê-lo ao propor uma votação que atrasaria o início da programação, gerando tumulto e reações acaloradas entre os apoiadores do empresário.
Na mesma noite, a esposa do empresário, Melania Trump, foi acusada de plágio ao repetir trechos do discurso da atual primeira-dama, Michelle Obama, na convenção democrata de 2008, o que ofuscou o segundo dia do encontro.
Na penúltima noite da convenção, Trump passou por outra situação indesejada quando o senador Ted Cruz, segundo colocado nas prévias republicanas, se recusou em seu discurso a pedir votos para o empresário, deixando o palco sob forte vaia.
Já Hillary contará com o apoio e a presença de todos os principais membros do Partido Democrata, entre os quais o presidente Barack Obama, a primeira-dama Michelle Obama e a senadora Elizabeth Warren, além de vários governadores e congressistas do partido.
'Berniemaníacos'
Ainda não se sabe, porém, como os delegados de Sanders reagirão ao cortejo da candidata. Com suas propostas à esquerda (como criar um sistema público de saúde e tornar gratuitas as universidades públicas), o senador venceu as prévias em 23 dos 57 Estados e territórios e foi tratado quase como um herói por seus apoiadores.
Durante a disputa, Sanders disse que Hillary não tinha preparo para ser presidente e criticou vários pontos de sua biografia, como seu apoio à invasão americana no Iraque, em 2003, e seus laços com banqueiros de Wall Street.
No fim da corrida, mesmo quando já não tinha mais chances de ultrapassá-la, ele se manteve crítico à rival e afirmou que levaria suas bandeiras para a Convenção Democrata.
Outro fator que pode provocar turbulências na convenção são protestos. Nas últimas semanas, ativistas do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam), que protestam contra a violência policial contra negros americanos, disseram que poderiam se manifestar durante o evento se a plataforma aprovada na convenção deixar a desejar.
O ativista DeRay McKesson afirmou ao jornal USA Today que o grupo poderia seguir o exemplo de congressistas democratas e se sentar no chão do salão da convenção por várias horas até ter suas demandas atendidas.
Os parlamentares adotaram a estratégia em junho para pressionar os colegas republicanos a aprovar restrições à venda de armas, mas não tiveram sucesso.
Mas mesmo ativistas à esquerda descontentes com a vitória de Hillary têm indicado que, por mais reservas que tenham em relação à candidata, poderão poupá-la de ataques mais duros nos próximos meses para não fortalecer a candidatura de Trump.
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