Protestos contra presidente senegalês terminam com duas mortes


Dacar, 20 fev (EFE).- As manifestações registradas no ultimo domingo contra o presidente senegalês, Abdoulaye Wade, causaram duas mortes e deixaram dezenas de feridos em Dacar e outras localidades, informou nesta segunda-feira a imprensa local.

As vítimas, dois homens de 18 anos e 26 anos, morreram com disparos das forças de segurança. O jovem de 18 anos morreu na localidade de Rufisque, a 26 quilômetros de Dacar, enquanto o segundo foi assassinado em Keur Mbaye Fall, situada a cerca de 20 quilômetros da capital senegalesa.

A violência dos protestos contra a candidatura de Wade para as próximas eleições, previstas para o próximo dia 26, causaram pelo menos oito mortes desde o final de janeiro.

Os distúrbios do último domingo começaram em Dacar, ao redor da mesquita do bairro de Plateau, onde centenas de fiéis da confraria Tidiane e seguidores da oposição se concentravam.

Assim como em Dacar, milhares de manifestantes foram às ruas nas localidades de Thiés, Kaolack, Diourbel e Saint-Louis com o mesmo objetivo: exigir a retirada da candidatura do líder. Vários edifícios da Administração foram incendiados e saqueados, assim como sedes locais do governante Partido Democrático Senegalês.

Apesar da revolta da população, Wade segue desenvolvendo sua campanha e confiante em um êxito nas próximas eleições, já que ele chegou a prever sua vitória ainda no primeiro turno com 53% dos sufrágios.

Uma missão de mediação conjunta da União Africana (UA) e da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao), liderada pelo ex-presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, chegou a Dacar no último domingo para tentar solucionar essa crise pré-eleitoral.

Nas últimas semanas, a oposição senegalesa exigiu a retirada da candidatura de Wade, que, se vencer a próxima eleição, partiria para seu terceiro mandato. No entanto, a Constituição adotada em 2001 permite que o presidente tenha somente dois mandatos na sequência.

Por outro lado, Wade, de 85 anos, defende que essa lei não é válida para seu caso, já que a Carta Magna foi adotada um ano depois que o presidente foi eleito pela primeira vez, em 2000.

O presidente senegalês assegura que sob a nova Constituição ele ocupou a Presidência durante apenas um mandato e, por isso, teria direito a ficar outros sete anos à frente da Chefia do Estado.

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