Justiça britânica autoriza retirada de manifestantes de St. Paul's


Londres, 22 fev (EFE).- O tribunal britânico de Apelações autorizou a retirada dos manifestantes acampados em frente à catedral de St. Paul's, no leste de Londres, ao negar a possibilidade de recorrer da decisão.

Os juízes desprezaram o recurso apresentado pelos manifestantes anticapitalistas contra a decisão de um tribunal que autorizou a Prefeitura da City (o centro financeiro de Londres) a retirar os acampados do local.

Após a decisão desta quarta-feira, as autoridades devem iniciar em breve o processo de desocupação do acampamento em frente à catedral londrina desde 15 de outubro.

Em 18 de janeiro, o Tribunal Superior de Londres já havia autorizado o despejo dos manifestantes ao aceitar o argumento da Prefeitura, que justificou pela necessidade de abrir passagem aos pedestres nos arredores da catedral.

O tribunal considerou na ocasião que as medidas previstas para essa iniciativa eram legais, ao contrário do argumento dos manifestantes, que as consideraram duras, além de violarem seus direitos.

A Corte Superior e o Tribunal de apelações, que nesta quarta-feira não aceitaram o recurso, avaliaram que a expulsão não viola os direitos fundamentais dos manifestantes.

Durante o processo judicial, os membros do movimento Occupy London, inspirado nos protestos em Wall Street (EUA), alegaram que o acampamento não prejudicou as atividades da catedral, mas teve efeitos positivos entre os visitantes, muitos dos quais expressaram seu apoio.

No entanto, no início do acampamento houve divergências dentro da Igreja Anglicana sobre como lidar com o movimento, o que provocou a demissão de vários sacerdotes.

Cerca de 200 pessoas estão acampadas em frente à catedral desde a convocação internacional contra o sistema financeiro em 15 de outubro, quando não conseguiram ter acesso às imediações da Bolsa de Valores de Londres - seu verdadeiro alvo - por estar localizada em um terreno de propriedade privada.

Desde então, foram organizadas assembleias periódicas e montadas instalações como bar, centro de reuniões, biblioteca e outras ações abertas ao público.

Os seguidores do Occupy London pedem mudança no funcionamento do sistema financeiro que permita uma divisão mais justa da riqueza e criticam que 1% da população se aproprie de todos os recursos, frente aos 99% restantes.

Após perder a batalha judicial, os manifestantes, que também ocuparam outras áreas de Londres e diversas cidades britânicas, deverão deixar o acampamento sob o risco de serem desalojados à força, se não o fizerem.

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