Atentados deixam 41 mortos em várias regiões do Iraque


Amer Hamid.

Bagdá, 23 fev (EFE).- Pelo menos 41 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em uma rede de atentados realizados nesta quinta-feira em diferentes áreas do Iraque, que continua imerso em uma grave crise política e de segurança apesar das tentativas do Governo para minimizar o impacto do terrorismo.

Pelo menos 20 pessoas morreram e 64 ficaram feridas em diversos atentados em vários bairros sunitas, xiitas e cristãos de Bagdá. As autoridades iraquianas responsabilizaram a rede terrorista Al Qaeda pelos incidentes.

Segundo fontes policiais, o atentado mais sangrento aconteceu no distrito de Al Kazimiya, em Bagdá, onde pelo menos seis pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas pela detonação de um veículo carregado com explosivos próximo a um restaurante.

No centro da capital, em Al Sarafiya, seis pessoas, a maioria policiais, morreram e outras três sofreram ferimentos pelos disparos de um grupo armado que atacou um posto de controle.

Nos distritos de Al Saidiya, Mansur, Al Madaem e Karrada foram registrados diferentes ataques que causaram pelo menos oito mortos e 39 feridos.

Na província de Salaheddin, ao norte da capital, a maioria dos atentados foi dirigida contra edifícios governamentais, assim como contra a sede da União Patriótica do Curdistão, o partido do presidente iraquiano, Jalal Talabani.

Desses ataques, o mais grave foi registrado no bairro de Balad, onde cinco pessoas morreram e 25 ficaram feridas.

Na província de Diyala, próxima também a Bagdá, sete pessoas morreram e outras 36 ficaram feridas pela explosão de um carro-bomba e vários artefatos em distintas localidades, entre elas a capital Baqubah.

Na região de Babel, ao sul da capital, morreram pelo menos três pessoas e mais de 100 ficaram feridas em diferentes ataques com explosivos, um deles contra um colégio primário.

Esta rede de atentados foi classificada pelo Governo Iraquiano como "uma nova técnica" da Al Qaeda e dos grupos armados vinculados à organização terrorista contra os iraquianos.

Em comunicado, o Ministério do Interior sustentou que os grupos terroristas pretendem demonstrar que continuam atuando em território iraquiano e que a situação da segurança no país "não é estável".

As autoridades iraquianas consideram que os terroristas "fracassaram em conseguir seus objetivos políticos e midiáticos" e argumentam que o povo iraquiano está resistindo aos últimos ataques.

No entanto, a alta da violência é objeto de preocupação no país e foi notada especialmente desde o dia 18 de dezembro, quando as tropas americanas saíram do país depois de mais de nove anos.

Desde então, vários atentados aconteceram quase diariamente no país, muitos tinham alvos xiitas e forças de segurança.

Nos dias 5 e 14 de janeiro, por exemplo, mais de 100 pessoas morreram em atentados contra a comunidade xiita em várias localidades do país, o que ampliou ainda mais a brecha entre a população xiita e sunita.

A insegurança foi acompanhada por uma crise política desencadeada no dia seguinte à retirada de tropas americanas, coincidindo com a emissão de uma ordem de detenção contra o vice-presidente sunita, Tareq al Hashemi, por supostos delitos de terrorismo.

Após boicotar as sessões do Governo e do Parlamento, o bloco opositor Al Iraqiya, ao qual pertence al Hashemi, decidiu voltar a participar delas, visando uma futura conferência patrocinada por Talabani para superar as divisões políticas.

No entanto, persistem as dúvidas sobre a capacidade do Executivo liderado por Nouri al-Maliki de garantir a segurança no Iraque, que no dia 29 de março deve acolher a cúpula anual da Liga Árabe, que já teve que ser adiada no ano passado pela situação de instabilidade política na região.

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