Putin lidera disputa entre 3 veteranos e 1 candidato novato na Rússia
Arturo Escarda Piedra.
Moscou, 2 mar (EFE).- Um comunista ortodoxo, um excêntrico ultranacionalista, um social-democrata da nova geração e um multimilionário concorrem pela Presidência da Rússia com o grande favorito à vitória: Vladimir Putin.
Mikhail Prójorov, o terceiro homem mais rico do país com 46 anos, é a única cara nova entre os candidatos presidenciais, já que o restante já concorreu.
Sem contar o primeiro-ministro Putin, seus outros concorrentes foram classificados de maneira irônica como os "sábios" da Duma pelos anos que passaram na Câmara Baixa do Parlamento.
Um deles, Vladimir Jirinovski, concorreu em 1991 com aquele que se transformou no primeiro presidente da Rússia pós-soviética, Boris Yeltsin, por dirigir uma Federação Russa integrada ainda na URSS.
Da mesma forma que quase todos os seus companheiros na tarefa de disputar a chefia de Estado com Putin, com a frágil ressalva do líder dos comunistas, Gennady Ziugánov, Prójorov não é um candidato crível.
Ninguém dúvida da vitória de Putin, o único debate é se ganhará no primeiro ou segundo turno, e muitos veem Prójorov como um fantoche do Kremlin.
Ele define a si mesmo como o candidato da "direita liberal" e dos empresários, mas paradoxalmente é rejeitado pela maioria deles.
Além disso, aos olhos de muitos russos ele representa os novos ricos, difamados por acumular sua fortuna durante os anos 90 com privatizações fraudulentas das propriedades públicas herdadas da União Soviética.
Em uma história contemporânea cheia de partidos e candidatos artificiais, criados pelo poder para oferecer uma imagem de autêntica democracia e tirar votos para a única oposição, o Partido Comunista, um dos "espantalhos" das eleições de 2008 foi Sergei Mironov.
O candidato do partido Rússia Justa, que se descobriu como social-democrata após dez anos como fiel legionário de Putin, se distancia hoje do homem que em 2001 se propôs para presidir o Senado russo.
Após o divórcio com a Rússia Unida em 2011, desempossado de seu cargo de senador a pedido da formação liderada pelo primeiro-ministro russo, ele se coloca como autêntica oposição, mimado inclusive por Ziugánov, único candidato que esteve a ponto de provar o poder.
Embora muita coisa tenha acontecido desde então, o secretário- geral dos comunistas russos presume ser o único a ter chegado próximo da vitória em eleições presidenciais.
Em 1996, inclusive teria se oposto a Yeltsin, que alguns analistas dizem que teria manipulado os resultados.
Seu maior êxito político coincidiu com um tempo de penúria para a maioria dos russos e com a lembrança ainda viva da União Soviética, enquanto o país era destroçado pelo crime organizado, pela guerra da Chechênia e a pobreza, obrigado a pedir empréstimo às potências mais ricas.
Em 1996 Ziugánov obteve 40% dos votos no segundo turno das eleições presidenciais, para depois cair em todas as eleições posteriores até os 17% conquistados em 2008.
Como sempre, ele usa a igualdade social como sua bandeira e tem entre os nostálgicos e os aposentados as suas bases: a eles promete a recuperação da grandeza de antes, a nacionalização dos recursos naturais e das indústrias estratégicas, a alta na previdência e a habitação digna.
O patriotismo e o discurso nacionalista aparecem nos programas de quase todos os candidatos, mas quem mais tirou proveito deste sentimento é Jirinovski, líder do ultranacionalista Partido Liberal Democrático da Rússia (PLDR).
Em seu discurso ele fala da "Rússia para os russos" em alusão não apenas à imigração estrangeira, mas também às centenas de etnias que historicamente habitam a Federação Russa, e que segundo Jirinovski deveriam permanecer em seu habitat natal e não emigrar às terras propriamente russas.
Mas Jirinovski é principalmente conhecido por suas extravagâncias e suas saídas de tom: ele é o homem que em seu primeiro anúncio eleitoral apareceu em uma carroça puxada por um burro e castigando cruelmente o animal.
O candidato que alcançou 7 milhões de votos em 2008 respondeu dessa forma às críticas: "O burro vive em minha casa e vive melhor que vocês. Ele é um inútil, está há cinco anos sem fazer nada, sem carregar nem um quilo".
Moscou, 2 mar (EFE).- Um comunista ortodoxo, um excêntrico ultranacionalista, um social-democrata da nova geração e um multimilionário concorrem pela Presidência da Rússia com o grande favorito à vitória: Vladimir Putin.
Mikhail Prójorov, o terceiro homem mais rico do país com 46 anos, é a única cara nova entre os candidatos presidenciais, já que o restante já concorreu.
Sem contar o primeiro-ministro Putin, seus outros concorrentes foram classificados de maneira irônica como os "sábios" da Duma pelos anos que passaram na Câmara Baixa do Parlamento.
Um deles, Vladimir Jirinovski, concorreu em 1991 com aquele que se transformou no primeiro presidente da Rússia pós-soviética, Boris Yeltsin, por dirigir uma Federação Russa integrada ainda na URSS.
Da mesma forma que quase todos os seus companheiros na tarefa de disputar a chefia de Estado com Putin, com a frágil ressalva do líder dos comunistas, Gennady Ziugánov, Prójorov não é um candidato crível.
Ninguém dúvida da vitória de Putin, o único debate é se ganhará no primeiro ou segundo turno, e muitos veem Prójorov como um fantoche do Kremlin.
Ele define a si mesmo como o candidato da "direita liberal" e dos empresários, mas paradoxalmente é rejeitado pela maioria deles.
Além disso, aos olhos de muitos russos ele representa os novos ricos, difamados por acumular sua fortuna durante os anos 90 com privatizações fraudulentas das propriedades públicas herdadas da União Soviética.
Em uma história contemporânea cheia de partidos e candidatos artificiais, criados pelo poder para oferecer uma imagem de autêntica democracia e tirar votos para a única oposição, o Partido Comunista, um dos "espantalhos" das eleições de 2008 foi Sergei Mironov.
O candidato do partido Rússia Justa, que se descobriu como social-democrata após dez anos como fiel legionário de Putin, se distancia hoje do homem que em 2001 se propôs para presidir o Senado russo.
Após o divórcio com a Rússia Unida em 2011, desempossado de seu cargo de senador a pedido da formação liderada pelo primeiro-ministro russo, ele se coloca como autêntica oposição, mimado inclusive por Ziugánov, único candidato que esteve a ponto de provar o poder.
Embora muita coisa tenha acontecido desde então, o secretário- geral dos comunistas russos presume ser o único a ter chegado próximo da vitória em eleições presidenciais.
Em 1996, inclusive teria se oposto a Yeltsin, que alguns analistas dizem que teria manipulado os resultados.
Seu maior êxito político coincidiu com um tempo de penúria para a maioria dos russos e com a lembrança ainda viva da União Soviética, enquanto o país era destroçado pelo crime organizado, pela guerra da Chechênia e a pobreza, obrigado a pedir empréstimo às potências mais ricas.
Em 1996 Ziugánov obteve 40% dos votos no segundo turno das eleições presidenciais, para depois cair em todas as eleições posteriores até os 17% conquistados em 2008.
Como sempre, ele usa a igualdade social como sua bandeira e tem entre os nostálgicos e os aposentados as suas bases: a eles promete a recuperação da grandeza de antes, a nacionalização dos recursos naturais e das indústrias estratégicas, a alta na previdência e a habitação digna.
O patriotismo e o discurso nacionalista aparecem nos programas de quase todos os candidatos, mas quem mais tirou proveito deste sentimento é Jirinovski, líder do ultranacionalista Partido Liberal Democrático da Rússia (PLDR).
Em seu discurso ele fala da "Rússia para os russos" em alusão não apenas à imigração estrangeira, mas também às centenas de etnias que historicamente habitam a Federação Russa, e que segundo Jirinovski deveriam permanecer em seu habitat natal e não emigrar às terras propriamente russas.
Mas Jirinovski é principalmente conhecido por suas extravagâncias e suas saídas de tom: ele é o homem que em seu primeiro anúncio eleitoral apareceu em uma carroça puxada por um burro e castigando cruelmente o animal.
O candidato que alcançou 7 milhões de votos em 2008 respondeu dessa forma às críticas: "O burro vive em minha casa e vive melhor que vocês. Ele é um inútil, está há cinco anos sem fazer nada, sem carregar nem um quilo".