CCPPC inicia plenário com foco na mudança do modelo econômico chinês


Em Pequim

O plenário anual do principal órgão assessor do Governo chinês, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), foi inaugurado neste sábado (3), por seu presidente, Jia Qinglin, a fim de debater propostas para o futuro da China, este ano centradas em transformar seu modelo econômico.

Durante os próximos dez dias, os mais de 2.200 membros desta instituição, em representação das distintas divisões administrativas da China, apresentarão milhares de propostas para legislar, cobrindo desde as políticas macroeconômicas e sociais até aspectos mais curiosos.


Dentro de dois dias, será inaugurado também no Grande Palácio do Povo (ala oeste da Praça da Paz Celestial) o plenário anual da Assembleia Nacional Popular (o Legislativo chinês), e ambas as reuniões examinarão durante quase duas semanas as pautas que marcarão a política nacional chinesa em 2012.

Este ano, coincidem os analistas, o tema que predominará os debates da ANP e do CCPPC serão as reformas econômicas que a China deve empreender para modificar seu modelo de desenvolvimento, que durante décadas dependeu das exportações e do investimento estrangeiro para obter seu rápido crescimento econômico.

Com a queda da demanda externa devido à persistente crise nos principais parceiros comerciais da China (EUA e União Europeia), há cada vez mais vozes exigindo uma economia nacional que fomente mais o consumo interno e promova melhorias nas condições trabalhistas da chamada "fábrica do mundo", onde aumentam as greves e o descontentamento dos trabalhadores.

O meio ambiente, a segurança alimentar e a universalização da saúde serão outros temas candentes, assinalou à imprensa oficial o responsável pela recepção de propostas de lei na CCPPC, Liu Xiaobing.

A CCPPC, o órgão mais antigo do regime comunista (criado antes mesmo da fundação deste, em 1º de janeiro de 1949), é formada por políticos comunistas mas também por empresários e destacadas personalidades da cultura, do esporte e de outros segmentos da sociedade chinesa.

Muitos de seus membros são escolhidos para o cargo de forma honorífica na instituição, comparável em alguns aspectos aos Senados de países ocidentais, embora neste caso sem nenhum poder para aprovar ou vetar leis.

 

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