Amarradas a árvores, vítimas da ditadura boliviana pedem indenização
Três pessoas protestaram nesta segunda-feira (26) em La Paz, amarradas a árvores em frente ao Ministério da Justiça da Bolívia, para exigir que o presidente Evo Morales cumpra uma lei de 2004 que obriga o Estado a pagar indenizações às vítimas das ditaduras militares entre 1964 e 1982.
O líder da associação que reúne essas vítimas, Julio Llanos, disse à Agência Efe que com essa medida radicalizam o protesto que centenas de pessoas realizam em toda Bolívia há duas semanas contra "a injustiça" de não receber a compensação econômica.
Llanos disse que o nacionalista Morales, que governa a Bolívia desde 2006, não tem "vontade política de fazer o pagamento", e acrescentou que as vítimas das ditaduras manterão uma vigília perante os escritórios da ministra da Justiça, Cecilia Ayllón, até que atendam sua reivindicação.
Segundo ele, a indenização, cujo montante deve ser definido em cada caso, é um ato de justiça para os lutaram há meio século contra o Plano Condor, sistema de repressão militar coordenado pelos ditadores de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
Segundo o Ministério da Justiça, desde 2004 cerca de 1,7 mil pessoas receberam a indenização, promulgada pelo presidente Carlos Mesa (2003-05), mas outras seis mil a reivindicam e alegam que foram excluídas injustamente.
Llanos disse que todo o processo foi um "engano" sobre o qual querem discutir com o governo.