Hollande inicia contatos internacionais em reunião com Van Rompuy

Paris, 9 mai (EFE).- O presidente eleito da França, François Hollande, começou nesta quarta-feira seus contatos internacionais de alto nível, a poucos dias da posse, que acontecerá em 15 de maio, ao receber a visita do líder do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

O político belga viajou a Paris para se despedir do presidente em fim de mandato, Nicolas Sarkozy, que pouco antes tinha liderado pela última vez um Conselho de Ministros.

Hollande, que mostrou sua intenção de revisar o pacto europeu de estabilidade, se reuniu em Paris durante mais de meia hora com Van Rompuy, que lhe expressou seu desejo de estabelecer "uma estratégia de crescimento" mais necessária em tempos de crise, segundo afirmou seu porta-voz, Pierre Moscovici.

Nesta quinta-feira ele deve se reunir com o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, em uma rodada de consultas a pedido dos líderes europeus e com a intenção de se manter informado sobre a situação da Europa, em particular da Grécia, afirmou Moscovici.

Mas o porta-voz de Hollande informou que o presidente eleito quer respeitar os prazos e não tomará decisões até que se instale no Eliseu na próxima terça-feira.

Então, uma vez nomeado seu novo Governo, Hollande enviará a seus colegas europeus um memorando no qual expressará sua vontade de reorientar a Europa e passará uma aparência menos austera.

"Encontrar a dinâmica de crescimento é vital", em particular em tempos de crise, ressaltou Moscovici, que foi chamado a ocupar um posto importante no futuro Governo francês.

Durante sua campanha, Hollande apostou por mudar o status do Banco Central Europeu e do Banco Europeu de Investimentos, introduzir uma taxa sobre as transações financeiras e melhorar os fundos de coesão.

Todos esses pontos estarão em sua proposta ao restante dos líderes da Europa e também na agenda da reunião que deve manter em Berlim com a chanceler federal, Angela Merkel, durante sua primeira viagem ao exterior já como presidente.

Recluso em seu quartel-general, de onde não saiu nos últimos dias, Hollande recebeu também ligações de líderes de fora da Europa.

Nos dois últimos dias ele recebeu telefonemas dos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Rússia, Vladimir Putin; do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny.

Além disso, Hollande recebeu também a visita do ministro marroquino de Relações Exteriores, Saad Eddin el Othmani, que "apresentou uma mensagem do rei (Muhammad VI) e do Governo", afirmou Moscovici.

Paralelamente, o Eliseu viveu nesta quarta-feira seu último Conselho de Ministros do Governo de François Fillon, que nesta quinta-feira apresentará sua renúncia e se limitará a atuar até que seja instalado o novo gabinete.

"Não temos direito à amargura", afirmou Sarkozy a seus ministros, segundo a porta-voz do Executivo, Valérie Pécresse.

Sarkozy disse que é preciso estar "agradecido aos franceses por estes cinco anos maravilhosos, difíceis no plano político, econômico e social, mas ricos em encontros".

O futuro do presidente em fim de mandato continua sendo uma incógnita e a reunião do Executivo não serviu para acabar com as dúvidas.

Pécresse deixou entrever que passará mais tempo com sua família e estará disponível para ajudar seu partido político, mas não aprofundou em detalhes.

Por sua parte, Fillon defendeu seu trabalho "em um clima de crise europeia e mundial que ainda não terminou e que teve uma violência não conhecida".

O nome do ainda primeiro-ministro é um dos que mais soa para retomar a bandeira do partido conservador UMP, órfão de Sarkozy, na proximidade das eleições legislativas do próximo mês.

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