Egito confirma 2º turno entre Irmandade Muçulmana e membro do antigo regime
Cairo, 28 mai (EFE).- Os candidatos Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana (islamitas), e Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro da era Hosni Mubarak, foram oficialmente confirmados nesta segunda-feira para o segundo turno das eleições presidenciais do Egito, evidenciando as profundas divisões políticas no país.
Em entrevista coletiva, o presidente da Comissão Eleitoral, Farouk Sultan, anunciou ambos os candidatos como os dois mais votados no primeiro turno realizado nos últimos dias 23 e 24, com pouco mais de 250 mil votos de diferença entre ambos.
A taxa de participação neste pleito foi de 46%, bastante menor que a de 60% marcada no início das eleições legislativas em novembro passado.
Do total dos votos emitidos, Mursi obteve 5.764.952 (24,4%), enquanto Shafiq recebeu 5.505.327 (23,3%), segundo os resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira, que seguem de acordo com os números já divulgados antes pelas equipes de campanha e pela imprensa egípcia.
Desta forma, a Presidência do Egito será disputada por candidatos que despertam temores em dois amplos setores da sociedade.
Se a candidatura do islamita Mursi representa a dos ultraconservadores da Irmandade Muçulmana, que já dominam com folga a composição do atual Parlamento, a de Shafiq é a do homem do antigo regime que foi desbancado pela revolução e que agora pode chegar ao poder de forma democrática.
Nos últimos dias, ambos tentaram se mostrar conciliadores e apelaram à unidade dos egípcios, posicionando-se do lado da revolução.
Outra das grandes surpresas dessas eleições foi a do esquerdista Hamdeen Sabahi, que ficou somente cerca de 700 mil votos atrás do segundo colocado ao receber um total de 4.820.273 votos (20,4%).
Em quarto e quinto lugar ficaram, respectivamente, dois dos candidatos que partiam como favoritos: o islamita Abdel Moneim Abul Futuh, que obteve 17,2% de apoio, e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, com 10,9%.
Estes últimos se pronunciaram nesta segunda-feira sobre o resultado do pleito. Embora não tenham apoiado expressamente nenhum dos finalistas, coincidiram em rejeitar o retorno ao antigo regime, em alusão indireta a Shafiq.
A reação não tardou nas ruas e centenas de pessoas, indignadas com a presença do ex-primeiro-ministro no segundo turno, se concentraram na simbólica praça Tahrir, no Cairo, segundo a Agência Efe pôde constatar.
Os manifestantes protestaram contra a participação de Shafiq e exigiram uma mudança legislativa aprovada pelo Parlamento que proíbe a candidatura de ex-membros do alto escalão do regime de Hosni Mubarak.
A Comissão Eleitoral deixou claro que não tomará medidas contra Shafiq até que o Tribunal Constitucional - presidido pelo próprio Farouk Sultan - se pronuncie sobre a constitucionalidade da norma aprovada pelo Legislativo.
Durante seu discurso, Sultan reconheceu que houve erros durante a contagem dos votos, mas indicou que as falhas não foram significativas a ponto de afetar o processo.
O órgão eleitoral desprezou os recursos apresentados por quatro candidatos sobre supostas irregularidades no primeiro turno, entre os quais estavam a inclusão de falecidos no censo eleitoral e a compra de votos.
Em relação à denúncia de que quase 1 milhão de membros das forças de segurança teriam votado, o que é proibido pela legislação egípcia, o presidente da Comissão explicou que o pleito da semana passada registrou 941.715 novos eleitores e descartou que eles fossem policiais ou militares.
Mais de 50 milhões de pessoas estavam cadastradas para votar no primeiro turno das eleições do Egito, que terá a segunda e definitiva rodada nos dias 16 e 17 de junho.
Essas eleições são as primeiras democráticas que se realizam no país após o triunfo da revolução que derrubou o líder Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, e representam um passo fundamental no processo de transição democrática que vive o Egito.
Em entrevista coletiva, o presidente da Comissão Eleitoral, Farouk Sultan, anunciou ambos os candidatos como os dois mais votados no primeiro turno realizado nos últimos dias 23 e 24, com pouco mais de 250 mil votos de diferença entre ambos.
A taxa de participação neste pleito foi de 46%, bastante menor que a de 60% marcada no início das eleições legislativas em novembro passado.
Do total dos votos emitidos, Mursi obteve 5.764.952 (24,4%), enquanto Shafiq recebeu 5.505.327 (23,3%), segundo os resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira, que seguem de acordo com os números já divulgados antes pelas equipes de campanha e pela imprensa egípcia.
Desta forma, a Presidência do Egito será disputada por candidatos que despertam temores em dois amplos setores da sociedade.
Se a candidatura do islamita Mursi representa a dos ultraconservadores da Irmandade Muçulmana, que já dominam com folga a composição do atual Parlamento, a de Shafiq é a do homem do antigo regime que foi desbancado pela revolução e que agora pode chegar ao poder de forma democrática.
Nos últimos dias, ambos tentaram se mostrar conciliadores e apelaram à unidade dos egípcios, posicionando-se do lado da revolução.
Outra das grandes surpresas dessas eleições foi a do esquerdista Hamdeen Sabahi, que ficou somente cerca de 700 mil votos atrás do segundo colocado ao receber um total de 4.820.273 votos (20,4%).
Em quarto e quinto lugar ficaram, respectivamente, dois dos candidatos que partiam como favoritos: o islamita Abdel Moneim Abul Futuh, que obteve 17,2% de apoio, e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, com 10,9%.
Estes últimos se pronunciaram nesta segunda-feira sobre o resultado do pleito. Embora não tenham apoiado expressamente nenhum dos finalistas, coincidiram em rejeitar o retorno ao antigo regime, em alusão indireta a Shafiq.
A reação não tardou nas ruas e centenas de pessoas, indignadas com a presença do ex-primeiro-ministro no segundo turno, se concentraram na simbólica praça Tahrir, no Cairo, segundo a Agência Efe pôde constatar.
Os manifestantes protestaram contra a participação de Shafiq e exigiram uma mudança legislativa aprovada pelo Parlamento que proíbe a candidatura de ex-membros do alto escalão do regime de Hosni Mubarak.
A Comissão Eleitoral deixou claro que não tomará medidas contra Shafiq até que o Tribunal Constitucional - presidido pelo próprio Farouk Sultan - se pronuncie sobre a constitucionalidade da norma aprovada pelo Legislativo.
Durante seu discurso, Sultan reconheceu que houve erros durante a contagem dos votos, mas indicou que as falhas não foram significativas a ponto de afetar o processo.
O órgão eleitoral desprezou os recursos apresentados por quatro candidatos sobre supostas irregularidades no primeiro turno, entre os quais estavam a inclusão de falecidos no censo eleitoral e a compra de votos.
Em relação à denúncia de que quase 1 milhão de membros das forças de segurança teriam votado, o que é proibido pela legislação egípcia, o presidente da Comissão explicou que o pleito da semana passada registrou 941.715 novos eleitores e descartou que eles fossem policiais ou militares.
Mais de 50 milhões de pessoas estavam cadastradas para votar no primeiro turno das eleições do Egito, que terá a segunda e definitiva rodada nos dias 16 e 17 de junho.
Essas eleições são as primeiras democráticas que se realizam no país após o triunfo da revolução que derrubou o líder Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, e representam um passo fundamental no processo de transição democrática que vive o Egito.