Após assegurar nomeação, Romney encara nova fase na disputa pela Casa Branca

Washington, 30 mai (EFE).- Matematicamente candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney enfrenta a partir desta quarta-feira uma nova fase em sua campanha eleitoral, com bons números nas mais recentes pesquisas de intenções de voto ante o rival democrata Barack Obama, que tentará se reeleger em novembro.

Romney venceu as primárias realizadas nesta terça-feira no estado do Texas e superou, assim, o nível mínimo de 1.144 delegados necessários para garantir a nomeação e ser designado oficialmente candidato presidencial do Partido Republicano na convenção que a legenda realizará no final de agosto em Tampa (Flórida).

Se não houver surpresas de última hora, o ex-governador de Massachusetts se transformará no primeiro candidato presidencial mórmon da história dos EUA.

Seu pai, o ex-governador de Michigan George Romney, também mórmon, já havia tentado a candidatura presidencial republicana na campanha de primárias de 1968, mas quem as venceu foi Richard Nixon.

Segundo comunicado da equipe de campanha de Obama, o presidente parabenizou Romney pela vitória e lhe disse que espera "com interesse um debate importante e saudável sobre o futuro dos Estados Unidos", desejando-lhe sorte no processo eleitoral.

Romney reduziu em mais de 10 pontos percentuais a distância que tinha em relação a Obama nas pesquisas de intenções de voto do mês passado e ganhou apoio entre as mulheres de seu partido, de acordo com um levantamento divulgado nesta quarta-feira.

A pesquisa de nível nacional, realizada pela emissora "ABC" e pelo jornal "The Washington Post", indica que 41% dos entrevistados têm uma opinião favorável ao Romney, frente aos 52% pró-Obama. Há um mês, essa distância era muito maior: 56% opinavam positivamente sobre o atual presidente e 35% expressavam apoio a Romney.

O ex-governador também recebeu mais apoio entre as mulheres do Partido Republicano, com 80% que o respaldam contra 59% da pesquisa anterior - o estudo foi realizado entre quarta-feira e domingo passados, baseado em entrevistas com 1.021 adultos e margem de erro de 3,5 pontos percentuais.

O magnata Donald Trump, que manifestou apoio a Romney, reavivou nos últimos dias o debate sobre o lugar de nascimento de Obama, chegando a pôr em dúvida a autenticidade do certificado que o presidente divulgou em 2011 para aplacar os que especulavam que ele teria nascido no Quênia - o que o impediria de ser presidente.

Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, classificou nesta quarta-feira como "distração ridícula" as acusações de Trump.

Alguns analistas consideram que o respaldo e os comentários de Trump, figura televisiva e protagonista da imprensa sensacionalista, podem acabar danificando a imagem de Romney. E curiosamente, na campanha de 1968, a candidatura do pai de Romney, nascido no México, foi questionada justamente por seu lugar de origem.

A equipe de campanha de Romney cometeu uma gafe nesta quarta-feira ao lançar um aplicativo para smartphones com a palavra "América" mal escrita. Minutos depois do triunfo eleitoral de terça-feira no Texas, a equipe divulgou um aplicativo com vários dizeres, entre eles o errôneo "A better Amercia", que deveria ter sido "A better America" (Uma América melhor).

Passaram mais de 12 horas até que o aplicativo pudesse ser baixado com a frase correta, tempo suficiente para que se multiplicassem piadas nas redes sociais e para que algumas empresas pusessem camisetas à venda por US$ 15 com o erro impresso.

Diante do acirramento da disputa política nos EUA, o grupo de planejamento familiar Planned Parenthood anunciou uma milionária campanha de propaganda a favor da reeleição de Obama, por considerar Romney "prejudicial" para as mulheres. Campanhas como essa e diversas estratégias para atrair os eleitores tendem a se multiplicar até novembro.

Atualmente, Obama registra leve vantagem sobre Romney em estados-chave como Ohio e Virgínia, enquanto ambos estão empatados na Flórida, que também será decisivo, segundo o site de análise política "RealClearPolitics".

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